A TAP tem as necessidades de tesouraria asseguradas até ao final do primeiro trimestre, quando se espera que seja possível fechar a negociação do plano de reestruturação com a Comissão Europeia. Mas depois disso precisará de nova injeção de liquidez, o que pode voltar a passar por um novo empréstimo do Estado.

O plano de reestruturação prevê necessidades de financiamento de 970 milhões de euros em 2021 que terão de ser asseguradas com intervenção pública. No entanto, o Orçamento do Estado prevê apenas uma garantia de 500 milhões de euros para cobrir um empréstimo que deveria ser obtido junto do setor privado, por exemplo, um sindicato bancário como chegou a pedir a gestão indicada por David Neeleman no ano passado.

No entanto, e dado o agravamento da conjuntura no setor da aviação, em consequência da evolução pandémica, as condições para obtenção de um empréstimo junto do setor privado, podem ser demasiado exigentes. nomeadamente em termos de juros, o que pode por sua vez, por em causa as metas financeiras da reestruturação. E é neste contexto, sabe o Observador, que o Governo abre a porta à concessão de um novo empréstimo estatal à companhia aérea, à semelhança do que sucedeu em 2020.

Esta tem sido aliás a política usada desde o tempo do Governo de Passos Coelho para financiar empresas públicas. Em vez de recorrer a financiamento privado ou bancário que, em tempo de crise tende a ser mais caro, o Estado empresta diretamente às empresas, aproveitando neste caso a circunstância de se estar a financiar em mercado a custos historicamente baixos.

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Em junho do ano passado, e já depois da luz verde da Comissão Europeia, o Estado emprestou 1200 milhões de euros à TAP. Esta injeção financeira cujo pagamento foi concluído já no início deste ano foi diretamente ao défice público. Um novo financiamento à TAP só pode avançar com a autorização da Comissão Europeia e depois de aprovado o plano de reestruturação. Para tal, a empresa precisa de convencer Bruxelas de que os acordos que alcançou no plano laboral vão ser suficientes para cumprir as metas financeiras a que se propôs.

Ainda antes da resposta, a TAP lança esta quinta-feira as propostas para saídas e reduções de horário voluntárias.

TAP quer fechar negociação das saídas voluntárias e redução de horários até 31 de março