“Não foi o resultado que queríamos mas vamos continuar a trabalhar e nunca vamos desistir”. Bruno Fernandes deixou a promessa após o jogo do Manchester United frente ao WBA, que terminou com mais um empate garantido com um golo do português, mas podia ter sido depois dos encontros com o Everton, com o Arsenal, com o Sheffield United ou com o Leicester, onde os red devils foram globalmente melhores, em metade dos casos estiveram até na frente mas não conseguiram ganhar (num dos casos até perderam). E esse tem sido o problema da equipa liderada por Solskjaer na presente temporada: a irregularidade de resultados. O título tornou-se quase uma miragem com o avanço do rival City, ficando a Premier League resumida ao apuramento para a Champions. E a Liga Europa ganhou um outro peso na temporada, em paralelo com a Taça de Inglaterra que está ainda nos quartos.

O supercomputador do portal fivethirtyeight.com, mesmo com equipas de nível Champions integrados na segunda prova do calendário da UEFA, atribuía favoritismo ao Manchester United na conquista da competição onde ficou pelas meias-finais na última época. Ao todo, e analisando todos os dados da fórmula, os ingleses partiam para a fase a eliminar com 11% de hipóteses de ganhar o troféu. Com outra curiosidade: a segunda formação com mais chances era exatamente a Real Sociedad (8%), equipa espanhola que iria cruzar com os red devils nos 16 avos de final da competição. Até por isso, este era um dos encontros mais aguardados no regresso da competição depois da fase de grupos, com os bascos como visitados a jogarem em Turim e um nome em destaque na antevisão.

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“Não há dúvidas que o Manchester United tem um jogador diferente de todos, que é o Bruno Fernandes. Mas não nos podemos ficar fixados apenas num só jogador quando há Rashford ou Cavani [que estaria ausente do encontro como Pogba e Van de Beek]. Têm todos um grande potencial e qualidade. Colocando o foco só no Bruno, não há forma de travar o United se estiveram num  dos seus dias mas fizemos o que conseguimos e o que nos competia na preparação”, comentara na antecâmara do jogo o técnico da Real Sociedad, Imanol Alguacil. “Não há dúvida que o Bruno Fernandes mudou tudo, há um antes e um depois da sua chegada a Old Trafford. Cresceu como jogador e isso refletiu-se na equipa. Ganharam estabilidade com ele, é um jogador diferente dos outros. Jogador que faz a diferença na Real? O David Silva… O David Silva é o nosso Bruno Fernandes”, reforçara Nacho Monreal.

Em termos estratégicos, o conjunto espanhol poderia ter essa ideia; no plano prático, não resultou. Ou melhor, nada resultou. E tudo graças ao internacional português, que marcou os dois primeiros golos (27′ e 57′) da vitória por 3-0 no estádio da Juventus de Cristiano Ronaldo, iniciando da melhor forma a campanha na Liga Europa depois dos quatro golos na Champions e chegando aos 21 golos e 11 assistências nos 36 encontros realizados até ao momento. Rashford e Daniel James fecharam a contagem (64′ e 90′), sendo que a nota predominante foi a confirmação de que ninguém em Inglaterra esteve em mais golos do que Bruno Fernandes no último ano.

“Temos de estarmos preparados para aquilo que eles podem fazer na segunda mão. Golos? Esperei pelo momento certo para rematar, por vezes quando temos muita pressa em rematar podemos desperdiçar uma oportunidade. Sabemos que não estivemos bem em alguns jogos e noutros em que estivemos bem conseguimos sempre trazer o resultado. Isso é o mais importante. A meta é marcar o maior número de golos que puder e assistir os meus companheiros de equipa. O mais importante para mim é conquistar troféus, não marcar golos”, comentou no final do jogo o internacional português, não dando como certa a passagem à próxima eliminatória.