O futebol tem em Portugal um impacto de 1,67 mil milhões de euros (ME), de acordo com o estudo UEFA Grow SROI, que estuda o Retorno Social do Investimento, a que a agência Lusa teve acesso esta terça-feira.

Entre as 22 federações que integram o estudo, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) é a 22.ª com melhor SROI (Social Return On Investment) e a 3ª ao nível do valor por federado (7,4 mil euros).

Os resultados da FPF, que estão correlacionados ao atual número de jogadores federados em Portugal (224,52 mil) e de voluntários registados, revela que a modalidade tem um impacto na economia de 944,205 milhões de euros.

Neste montante, estão integrados 364,81 milhões de euros de despesas com jogadores (viagens, refeições, despesas administrativas, equipamentos, etc.) e 579,40 milhões de euros em valor das instalações (investimento em infraestruturas e alugueres de campos).

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Ao nível da criação de emprego, o estudo aponta para um valor superior a 15 mil euros, numa parcela que integra as instalações e o apoio ao futebol de formação.

O estudo da UEFA considera que o valor representativo do impacto social positivo da população portuguesa ativa ligada ao futebol é de 366,481 milhões de euros, com o destaque para o voluntariado (299,06 milhões de euros), assim como para a educação e emprego (66,78 milhões de euros). Nesta vertente, o estudo revela ainda um valor positivo de cerca de 200 mil euros na redução do crime e de quase 460 mil em projetos e programas.

O UEFA Grow SROI revela ainda que 361,745 milhões de euros são poupados anualmente em Saúde e benefícios associados à participação federada em futebol em Portugal, com claro destaque para o bem-estar subjetivo (253,23 milhões de euros), com grande incidência na infância e juventude. Na prevenção de doenças, o estudo indica ainda um benefício de 64,54 milhões de euros na diabetes e em problemas cardiovasculares, 14,98 milhões de euros no envelhecimento, sete milhões de euros em doenças mentais e 726 mil euros no cancro.

O Retorno Social do Investimento (Social Return On Investment – SROI) é, de acordo com o estudo, “uma forma de análise de custo-benefício que quantifica a mudança social criada por um programa, política, investimento ou entidade”.

“No caso do futebol, o SROI desenvolvido pela UEFA visa quantificar os benefícios da participação em massa no futebol para garantir investimentos sustentáveis e parcerias estratégicas na modalidade”, lê-se.

Fernando Gomes diz que futebol é setor essencial para Portugal

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, considerou esta terça-feira que o futebol é um setor essencial para Portugal.

Para Fernando Gomes, o estudo permite avaliar o contributo do futebol “de forma rigorosa”, chegando à conclusão de que “o retorno que o futebol oferece a Portugal é impressionante”.

Este estudo vem ao encontro da nossa convicção de que o futebol é um sector de atividade crítico e essencial para o Portugal”, disse à Lusa o presidente da FPF, acrescentando que “os números surpreendem pela sua grandeza e revelam a importância que esta indústria tem na afirmação e desenvolvimento do país”.

Segundo Fernando Gomes, “são muitas as áreas com as quais o futebol se cruza e às quais dá um contributo valioso para o seu progresso e sustentabilidade”.

Jogadores, treinadores, árbitros, médicos, dirigentes, voluntários, clubes, associações são polos dinamizadores das comunidades e da sociedade em geral. O futebol é um instrumento poderoso de desenvolvimento económico, coesão e responsabilidade sociais que num período de enormes desafios à escala global deve ser devidamente considerado e reconhecido”, assume.

Fernando Gomes considera que “quem ficar indiferente a esta quantificação, nas estruturas que decidem neste país, não sabe o que faz nem merece estar onde está”.

“Estou seguro que ninguém ousará tal indiferença e lutarei bastante para que isso não possa acontecer”, rematou.