Francisco Rodrigues dos Santos escolheu Pedro Melo como seu novo vice-presidente. Esta decisão serve para colmatar a saída de Filipe Lobo d’Ávila, um dos antigos aliados do atual líder do CDS que bateu com a porta em janeiro, durante a crise interna que pôs frente a frente Rodrigues dos Santos e Adolfo Mesquita Nunes.

Pedro Melo, advogado, chegou a fazer parte do conselho nacional de jurisdição (CNJ) do CDS durante a presidência de Assunção Cristas, mas demitiu-se do cargo em protesto contra a decisão de congelar a refiliação de Manuel Monteiro — que seria concretizada já durante a direção de Rodrigues dos Santos.

Na altura, Melo justificou a demissão por entender que era “intolerável” que a refiliação de Manuel Monteiro fosse remetida para a próxima direção do CDS-PP, um “veto de gaveta” que não poderia aceitar.

Não é a única novidade na direção de Rodrigues dos Santos, que se viu obrigado a preencher muitos dos lugares deixados vagos. Em ano de autárquicas, o líder do CDS procurou blindar o seu núcleo duro e promoveu muitos dirigentes distritais e concelhios do partido.

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A ideia é envolvê-los ainda mais na tomada de decisões nestas autárquicas, ainda que haja outra vantagem óbvia: quanto mais estruturas tiver a seu lado, mais garantias terá de que é difícil enfrentá-lo em enventuais disputas internas.

Assim, passam a fazer parte da direção alarga do partido: Ricardo Silva, líder da distrital de Aveiro, Paulo Sousa, líder da distrital de Viana do Castelo, Jorge Alexandre Almeida, líder da distrital de Coimbra, António Pinto Moreira, líder da concelhia de Oliveira de Azeméis, Jorge Santos, presidente da concelhia de Loures,  João Pedro Galhofo, de Odivelas e Rui Tabarra e Castro, secretário da concelhia Oeiras.

Além destes, também José Paulo de Carvalho, ex-deputado do CDS, que se chegou a desfiliar do partido em rota de colisão com Paulo Portas, passa agora a fazer parte da direção do CDS.

Marcelo Mendes Pinto, que foi deputado e vereador de Rio no Porto antes de ser remodelado, e Margarida Bentes Penedo, deputada municipal em Lisboa, estarão também ao lado de Francisco Rodrigues dos Santos.

A nova direção vai trabalhar em conjunto com o órgão consultivo constituído por várias personalidades maioritariamente sem vínculo ao partido, cuja função vai ser o aconselhamento em questões essenciais da condução política, e que foi anunciada ainda em fevereiro.

Ex-vice do Aliança e antigo secretário de Estado no novo conselho consultivo do líder do CDS