O Ministério das Infraestruturas e Habitação, liderada por Pedro Nuno Santos, confirmou ao Público que o Governo está a estudar com a Comboios de Portugal (CP) “possíveis modelos de operação ferroviária internacional com a devida articulação com Espanha”, depois de o país ter dito na semana passada que não retomaria às linhas férreas internacionais que ligavam a Península Ibérica ao resto da Europa.

Maria José Rallo, secretária-geral espanhola dos Transportes e Mobilidade, anunciou na semana passada que esses comboios, parados há um ano, não deveriam voltar ao funcionamento, isolando Portugal do continente europeu nas linhas ferroviárias. Para os espanhóis, a alta velocidade supera estes comboios em tempo de viagem, tornando-os mais competitivos.

Estes comboios funcionaram até março de 2020, ligando Madrid e Barcelona a Portugal, Galiza e França, mas a Renfe, que explora a linha ferroviária em Espanha, decidiu não retomar o serviço internacional. Só que não consultou a CP, com quem dividia responsabilidades na exploração das linhas para a Europa. Portugal pode continuar o serviço, mas a um custo muito superior, escreve o Público.

A decisão espanhola também não agrada à Coordenação Espanhola para o Comboio Público, Social e Sustentável, que une os movimentos defensores dos caminhos-de-ferro: “A posição do Ministério dos Transportes, dizendo que Espanha não necessita dos transportes noturnos, não está de acordo com o interesse da sociedade espanhola“, garantiu ao Público o porta-voz da organização, José Luiz Ordoñez.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR