Rui Bragança inicia quinta-feira os Europeus de taekwondo mais preocupado em apurar os detalhes de combate do que em vencer a competição pela terceira vez, pois em 7 de maio discutirá, também em Sofia, o desejado lugar em Tóquio2020.
“Quero testar tudo e sair de lá (Europeus) com a maior quantidade de informação possível para em 7 de maio garantir a qualificação (olímpica)”, resumiu o atleta, que procura repetir a presença nos Jogos Olímpicos depois do Rio2016, também na categoria de -58 kg.
Em declarações à Lusa, o vimaranense diz que agora “o que importa é sentir o que está bem e perceber o que está mal”, tentando combater “o mais parecido possível” com o que o espera fazer daqui a um mês, para avaliar se precisa “mudar algo nas rotinas”.
Para voltar aos Jogos, Rui Bragança, de 29 anos, precisa ir à final do torneio de apuramento, pois cada categoria qualifica somente duas vagas: será o mesmo com Júlio Ferreira, em -80 kg, e Joana Cunha, em -57 kg.
Ser campeão da Europa não é brincadeira nenhuma, continuo a querer, mas são prioridades diferentes. Em 2016 consegui, mas foi para testar os JO. As coisas correram muito bem, mas o objetivo era o Rio2016. Felizmente correu bem, contudo, tal como agora, a prioridade não passava pelo Europeu”, recordou, assumindo que não desdenhará “o mesmo resultado”.
O atleta do Benfica assume sentir-se “bem”, agradado com o trabalho que tem desenvolvido: garante que, qualquer que seja o resultado, não ficará “demasiado excitado se correr bem, nem desanimado se correr mal”.
“Queremos é chegar ao pré-olímpico e fazer o que mais gostamos e sabemos, e garantir a qualificação”, sintetizou.
Dos dois títulos europeus no currículo, destaca o de 2014 em Baku, um ano antes de, na capital do Azerbaijão, ganhar os I Jogos Europeus. “O primeiro Europeu que ganhei foi em contexto diferente. O objetivo era mesmo o Europeu, vinha de lesão, estive duas semanas sem treinar e nunca um português tinha sido campeão da Europa. Tudo junto, fez a diferença”, recorda.
Assegura que a questão da Covid-19 não influenciará o desempenho dos atletas nas próximas competições, focados somente “no adversário, no árbitro, na pontuação e no nosso treinador”, pelo que “o resto fica à parte”.
Os adversários que lhe calharem no sorteio, na véspera da competição, são-lhe indiferentes, pois, assegura, “quem quer chegar aos Jogos Olímpicos quer estar entre os melhores e, para isso, é preciso conseguir ganhar a toda a gente”.
“É um dia muito especial, como nos Jogos Olímpicos, em que as pessoas se transcendem. Tenho de estar preparado para tudo o que possa acontecer”, vincou.
Júlio Ferreira e Joana Cunha estão imbuídos da “mesma ambição” e, em trio, têm trabalhado para atingir o “resultado desejado”. Joaquim Peixoto e Pedro Campaniço são os treinadores que acompanham o trio luso nos Europeus.