A forma como festejou a medalha de bronze no Rio-2016, a maneira como expressou toda a frustração por não ter passado do primeiro combate em Londres-2012 ou o orgulho com que foi porta-estandarte em Tóquio-2020 foram faces da uma mesma moeda: todos os sacrifícios valiam a pena para manter aceso esse sonho olímpico de ser melhor entre as melhores. Esse foi o grande “segredo” de Telma Monteiro durante a longa carreira que teve no judo, esse foi também o início do fim dessa longa carreira. Quando se lesionou no joelho, teve de ser novamente operada e falhou a qualificação para Paris-2024, a dúvida instalou-se. Agora, já com 38 anos, chegou a confirmação do que todos esperavam: o fim desse percurso único como atleta.
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“O Sport Lisboa e Benfica enaltece a enorme dedicação e espírito competitivo de Telma Monteiro numa longa e profícua carreira que elevou o prestígio do judo português. No clube do coração desde julho de 2007, contribuiu decisivamente para o crescimento e desenvolvimento da modalidade no Benfica. Termina o longo percurso com a judoca de alta competição, mas vai prosseguir a caminhada de mística e compromisso com Telma Monteiro, que assume, desde já, novo desafio profissional como coordenadora do judo no clube, para desenvolver e inspirar novas gerações”, anunciou o Benfica em comunicado esta segunda-feira.
“As mulheres choram muito… Acho que toda a gente chora, os fortes também choram. Talvez agora não chore por todas as lágrimas que já chorei antes. Foram 24 anos muito especiais, 17 anos também de Benfica numa história também muito especial que me orgulha e honra muito. Neste momento penso em todas as pessoas que contribuíram para a minha carreira, todas as pessoas que viveram comigo cada ippon, cada vitória, cada derrota, cada queda, cada vez que celebrei ou que não consegui celebrar o que queria”, começa por contar Telma Monteiro num pequeno vídeo no Instagram de uma entrevista à BTV.
Terminei a carreira como queria, com a sensação de que dei tudo o que havia para dar e que foi tudo como tinha de ser. Fica uma gratidão eterna”, frisou a judoca na mensagem de despedida.
“Custa acreditar que mais uma das nossa lendas e exemplos termina a sua bonita carreira desportiva. Deviam ser ‘carreiras’ eternas para nos continuar a dar alegrias. Obrigado”, escreveu Fernando Pimenta, canoísta medalhado olímpico e também atleta do Benfica, numa das primeiras reações ao anúncio. “Vídeo pesado este! Telmita, muito diferenciada na forma de ser e estar! Muitos parabéns pelo percurso fantástico!”, elogiou André Sousa, guarda-redes campeão mundial e europeu de seleções de futsal.
A Telma Monteiro, responsável pela 7.ª medalha olímpica de um atleta do Benfica, terminou a carreira como judoca.
Foram 17 anos associada ao Benfica.
5 participações nos Jogos Olímpicos e não fosse uma lesão este ano que a atrasou na pontuação para o apuramento teriam sido 6.… pic.twitter.com/0PqS0TbVr5
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Entre muitos títulos que fizeram de Telma Monteiro a melhor judoca portuguesa de todos os tempos, nas categorias de 52kg (numa fase inicial) e 57kg, o grande destaque vai para a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro. A atleta nacional conseguiu também cinco medalhas em Campeonatos do Mundo (quatro de prata e uma de bronze) e 15 em Europeus (seis de ouro, duas de prata e sete de bronze), o que a torna a melhor de sempre na competição – juntando ainda um ouro e um bronze individuais e uma prata por equipas em Jogos Europeus. Ao todo, a judoca conquistou 94 pódios no plano internacional, juntando Jogos, Mundiais, Europeus, Grand Slams, Grand Prix, Taças do Mundo e Taças da Europa.
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