Se as eleições legislativas fossem hoje, a votação dos maiores partidos manter-se-ia praticamente inalterada, o país continuaria a ser governado pelo Partido Socialista e os apoios do Bloco de Esquerda e da CDU (os partidos da antiga “geringonça”) seriam suficientes para alcançar uma maioria absoluta no Parlamento, de acordo com uma sondagem feita pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica para a RTP e para o Público e divulgada esta quarta-feira.

Por outro lado, o estudo dá conta de uma subida em flecha do Chega e da Iniciativa Liberal, a única grande alteração de intenções de voto face a 2019 — embora essa subida não seja suficiente para levar a direita a ultrapassar a esquerda.

Segundo a sondagem da Católica, 38% dos eleitores votariam no PS se as eleições fossem hoje (em 2019 o PS recebeu 36,34% dos votos); 28% votariam no PSD (face a 27,76% nas eleições de 2019), e 8% votariam no Bloco de Esquerda (que em 2019 recebeu 9,52% dos votos).

A partir do quarto lugar, a tabela muda. Em vez da CDU, surge agora o Chega como quarta força política do país, com 6% das intenções de voto (contra o 1,29% de votos recebidos em 2019). Segue-se a CDU com 5% dos votos (menos que os 6,33% de 2019) e a Iniciativa Liberal também com 5% (quase quadruplicando a votação de 2019, com 1,29%). Quem perde consideravelmente é o CDS-PP, com 3% na sondagem, menos do que os 4,22% que conseguiu há dois anos, enquanto o PAN mantém a votação em torno dos 3%.

No que toca à transferência de votos, as principais conclusões prendem-se com a grande dificuldade do CDS-PP em manter o seu eleitorado (só 42% dos que votaram no CDS-PP em 2019 admitem repetir a escolha), ao contrário do que sucede com a Iniciativa Liberal, capaz de manter fiéis 71% dos seus eleitores. No caso do PS, 71% dos eleitores equacionam manter a opção, ao passo que o PSD será capaz de voltar a convencer 60% dos eleitores.

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