Entrar a ganhar é um tónico importante para qualquer equipa, qualquer treinador ou qualquer jogador numa final de playoff e os números também em Portugal vão nesse sentido: é preciso recuar à temporada de 2011/12, quando o Benfica se sagrou campeão conseguindo uma vitória na “negra” no Dragão Caixa, para se encontrar um vencedor que tivesse perdido o jogo 1. Daí para cá, não mais aconteceu. Mas até a forma como surgiu a decisão no arranque da final da presente temporada trazia um peso maior do que aquele resultado em si.

E tudo Micah mudou: Sporting vence FC Porto no último segundo e começa final da Liga na frente

Durante a primeira parte, o Sporting teve claramente o jogo na mão, podia ter conseguido uma diferença maior do que nove pontos mas falhou. No terceiro período, o FC Porto esteve claramente melhor, podia ter conseguido uma outra gestão do dez pontos de avanço mas falhou. No final, o rasgo de Micah Downs, americano que fez o melhor jogo desde que chegou aos leões com a temporada a decorrer, acabou por decidir o encontro, com dois lances livres no último segundo a fazerem a diferença para os verde e brancos por 74-72.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Agora, tendo como contexto uma equipa motivada por um triunfo que esteve em claro risco e uma formação que sentiu o jogo na mão sem conseguir essa oportunidade, o FC Porto mostrou que a história dos jogos 1 também existe para ser quebrada, vencendo de forma categórica no Pavilhão João Rocha por 81-69 e levando as decisões para o Dragão Arena, onde duas vitórias nos próximos jogos poderão valer a conquista do título. E com uma outra curiosidade: esta foi a primeira derrotas dos leões em casa desde que regressaram na modalidade.

Sabendo da importância de uma vitória para reentrar na eliminatória, o FC Porto começou melhor, foi bem mais eficaz nos lançamentos exteriores e sobretudo conseguiu secar as individualidades do Sporting com uma defesa mais agressiva, chegando ao final do primeiro período com uma vantagem de seis pontos muito alicerçada nos tiros de Riley. No segundo período, os leões tiveram mais Travante Williams e Micah Downs, chegaram mesmo a estar primeira vez na frente (22-21 com um triplo bem longe da linha de Shakir Smith e 27-26 num lançamento à tabela de Travante) mas os dragões voltaram a acabar melhor, com a defesa de novo a fazer a diferença e Riley e Nevels a colocarem os azuis e brancos na frente por cinco pontos ao intervalo (34-29) num encontro onde as percentagens de lançamento foram baixas mas onde o FC Porto se mostrou sempre mais confortável.

Essa tendência não só se confirmou como foi reforçada no arranque do terceiro período: com uma defesa muito agressiva que iniciava os ataques rápidos, os dragões chegaram de forma rápida aos 12 pontos de avanço (43-31, num parcial de 7-2), Luís Magalhães ainda parou o encontro mas dois triplos consecutivos de Larry Gordon ainda esticaram mais a vantagem para 16 pontos (51-35). Fields, com muito jogo interior, e Travante, com um triplo do canto que quebrou uma série de lançamentos longos falhados, ainda esboçaram um reação mas o FC Porto ia marcando quando, como e onde queria, chegando aos 17 pontos de diferença antes do terceiro período. Os leões tinham mais ressaltos e assistências, somavam os mesmo turnovers mas tinham uma diferença enorme nas percentagens de lançamento, convertendo apenas três dos primeiros 20 triplos tentados.

O final, contra todas as expetativas, acabou por ser bem mais disputado do que se poderia pensar, com o FC Porto a somar erros atrás de erros no ataque e o Sporting a chegar a uma diferença de quatro pontos (70-66) com dois minutos de jogo mas até nessa fase melhor os jogadores leoninos tiveram lançamentos fáceis falhados, não dando continuidade à excelente recuperação protagonizada e perdendo o jogo 2 por 81-69.