A Transtejo/Soflusa (TTSL) registou esta quarta-feira uma adesão à greve, no período da manhã, de 65%, de acordo com informação da empresa, enquanto o sindicato revelou à Lusa que a adesão “foi a esperada”.
As ligações fluviais da Transtejo/Soflusa entre a Margem Sul e Lisboa estão condicionadas esta quarta-feira e na quinta-feira, ao início da manhã e no final do dia, devido a greve dos trabalhadores, não sendo possível garantir o serviço regular.
Na sua página da internet, a Transtejo/Soflusa (TTSL) alerta para os constrangimentos provocados pela greve dos trabalhadores, que foi marcada em plenário em 25 de maio, alegando que a empresa mantém a sua posição de não negociar aumentos salariais.
À equipa de reportagem da Rádio Observador, que esteve na manhã desta quarta-feira na estação fluvial do Barreiro, os seguranças explicaram que, até às 11h25 não houve transporte fluvial e que desde as 05h00 só saiu um barco desta estação, sendo que mais de 20 foram suprimidos. Perante esta situação, os utentes viram-se obrigados a arranjar alternativas para se poderem deslocar para os postos de trabalho.
De acordo com a empresa, verificou-se uma adesão de 60% na Transtejo e de 72% na Soflusa e foram cumpridas as carreiras de serviços mínimos decretadas pelo Tribunal Arbitral do CES para as ligações fluviais do Barreiro e de Cacilhas.
Segundo a Transtejo/Soflusa, a carreira Barreiro-Terreiro do Paço, das 05h05, registou 394 passageiros, representando um acréscimo de 61% face a terça-feira, enquanto a carreira Cacilhas-Cais do Sodré, das 05h20, registou 140 passageiros, mais 40% do que no dia anterior.
Segundo Paulo Lopes, sindicalista da FECTRANS — Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (afeta à CGTP), a greve, que tem dois períodos distintos, de manhã e final do dia, “está a decorrer normalmente dentro do que estava estipulado”.
“Saíram os barcos dos serviços mínimos estipulados e a adesão à greve foi a esperada”, disse, adiantando que “o primeiro turno cumpriu o seu objetivo”.
Ainda de acordo com a TTSL, a ligação fluvial Cacilhas – Cais do Sodré manteve-se ativa, com um navio em operação, entre as 06h45 e as 09h20, tendo sido transportados durante esse período 1.195 passageiros.
Já a ligação fluvial Barreiro–Terreiro do Paço foi retomada uma hora antes do horário previsto, às 10h25.
De acordo com a empresa, o serviço de transporte público fluvial encontra-se retomado em todas as ligações fluviais desde as 10h45.
Segundo a informação disponibilizada pela empresa, e por se tratar de uma greve parcial por turnos, estão previstas as ligações do Barreiro para o Terreiro do Paço entre as 11h25 (primeiro barco) e as 17h35 (último barco) e, no período noturno, a partir das 22h00.
No sentido contrário, prevê-se a ligação entre o Terreiro do Paço e o Barreiro entre as 11h55 e as 18h00 e depois a partir das 22h30.
Entre Cacilhas e o Cais do Sodré a transportadora prevê ligações no período entre as 09h20 e as 16h45 e depois a partir das 20h14, enquanto no sentido inverso estão previstos barcos entre as 09h32 e as 16h45 e a partir das 20h10.
Já entre o Montijo e o Cais do Sodré estão previstas as carreiras entre 09h30 e as 16h30 e, mais tarde, no período das 20h30 às 22h30, enquanto no sentido contrário, Cais do Sodré — Montijo, estão previstas carreiras entre as 10h00 e as 16h30 e à noite entre as 20h10 e as 23h15.
Nas ligações entre o Seixal e o Cais do Sodré, os horários disponíveis são igualmente em dois períodos: entre as 09h15 e as 16h45 e depois entre as 20h30 e as 22h30, e no sentido inverso entre as 09h40 e 16h45 e entre as 20h15 e as 23h15.
Para as ligações Trafaria—Porto Brandão—Belém estão previstos os barcos entre as 09h40 e as 16h00 e entre as 20h30 e 21h30, e no sentido inverso entre as 10h00 e 16h30 e entre as 21h00 e as 22h00.
Segundo a TTSL, o tribunal arbitral do Conselho Económico e Social (CES) decretou serviços mínimos apenas para as ligações fluviais do Barreiro e de Cacilhas, nos seguintes horários: do Barreiro para o Terreiro do Paço às 05h05, do Terreiro do Paço para o Barreiro às 05h30, de Cacilhas para o Cais do Sodré às 05h20 e do Cais do Sodré para Cacilhas às 05h35.
Os trabalhadores das duas empresas (com uma administração comum), que fazem as ligações fluviais entre a denominada Margem Sul (do Tejo) e Lisboa, fizeram uma primeira greve em 20 de maio de três e duas horas por turno.
A adesão à greve de 20 de maio teve diferentes leituras da empresa e do sindicato. De acordo com a TTSL — Transtejo Soflusa, a greve no período da tarde registou uma adesão de 46%: 44% na Transtejo e 53% na Soflusa.
“No total do dia, a TTSL registou uma adesão de 58% dos trabalhadores à greve parcial, resultado de 55% de adesão na Transtejo e de 65% de adesão na Soflusa”, indicou então a empresa.
Já uma nota da Fectrans — Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (afeta à CGTP), publicada às 16h52 de 20 de maio, indicava que “as greves na Transtejo e na Soflusa registaram uma adesão quase total dos trabalhadores que levou à paralisação de toda a atividade destas empresas”.
A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por ligar o Barreiro à capital.