A queda no Grande Prémio de França impediu que o reaparecimento de Miguel Oliveira surgisse mais cedo mas nem por isso o mesmo ficou adiado e deixou de apontar a lugares cimeiros com uma regularidade que não tinha conseguido na Tech3. Foi assim em Itália, onde subiu ao pódio na segunda posição. Foi assim na Catalunha, onde ganhou numa corrida fantástica e sem erros. Começou por ser assim na Alemanha, onde foi o mais rápido do dia nas duas primeiras sessões de treinos livres. A KTM veio para ficar e tornou-se uma moto de primeiros lugares.
Depois de ter ficado com o 12.º tempo na primeira sessão de treinos livres, onde Brad Binder não foi além do último registo e os pilotos da Tech3 (Danilo Petrucci e Iker Lecuona) não fizeram muito melhor, o português teve um grande final de segunda sessão numa última volta que teve três lideranças diferentes de forma consecutiva entre Maverick Viñales, Fabio Quartararo e Miguel Oliveira, que arrancou uma volta canhão a 1.20,690 que deixou o francês e líder do Mundial a 0,220 segundos. Mais: a partir do oitavo lugar do dia, ocupado por Johann Zarco, o Falcão conseguiu rodar com uma vantagem superior a meio segundo (Binder ficou a 0,736).
“Temos de nos focar agora em ter uma boa posição de partida e usar o ritmo de corrida. Se partirmos de trás, será mais difícil progredir. As melhorias que chegaram em Mugello ajudaram-nos a sobressair um pouco mais mas até lá, tivemos sempre bons indicadores de que a mota já estava muito perto do que seriam bons resultados, tanto em treinos como em algumas corridas que não terminei. É um pouco enganador achar-se que começou em Mugello. Num ano tão competitivo como este, com excelentes pilotos e máquinas cada vez mais próximas, torna-se cada vez mais importante apurar melhorias de cada detalhe. O que conseguir é o que se destaca mais”, comentou no final do dia o piloto da KTM, apontando Marc Márquez como um dos favoritos à vitória.
Esse momento teve continuidade na manhã deste sábado, com Miguel Oliveira a conseguir a qualificação direta para a Q2 com o quarto melhor registo melhorando o tempo da véspera (1.20,451), apenas atrás de Quartararo (1.20,348), Jack Miller (1.20,404) e Johann Zarco (1.20,433), numa sessão onde foram percetíveis as melhorias nas Ducati e que acabou com Viñales e as duas Suzuki a terem de passar pela Q1 por ficarem abaixo do décimo (Álex Rins ainda conseguiria o apuramento via Q1, o campeão mundial em título Joan Mir falhou a qualificação).
Miguel Oliveira partia assim com tudo em aberto para chegar à melhor qualificação do ano, também aqui num trajeto sempre em crescendo: após ter começado com um 15.º lugar no Qatar e uma 12.ª posição em Doha, foi o décimo na qualificação para o Grande Prémio do Algarve, não foi além do 16.º posto em Espanha, voltou a ser décimo em França, partiu de sétimo em Itália e conseguira o quarto melhor registo na Catalunha, faltando só uma primeira linha da grelha. No entanto, alguns registos menos esperados como o 1.20.236 de Johann Zarco (que cairia pouco depois) e o registo de Aleix Espargaró fizeram com que o português terminasse a qualificação no sexto lugar, naquela que foi a segunda melhor qualificação deste ano só superado pela Catalunha.
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