A assembleia geral da TAP aprovou os novos órgãos sociais e a criação de uma comissão de monitorização dos auxílios de Estado. Da reunião saiu ainda o prolongamento dos mandatos dos órgãos sociais de três para quatro anos. A nova equipa ficará em funções até 2024, horizonte temporal do plano de reestruturação, segundo comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários.

Foi ainda aprovada uma recomendação sobre a remuneração dos gestores da transportadora área, cujo conteúdo não foi divulgado, e criada uma comissão de vencimentos. Em comunicado, a TAP refere que a assembleia geral, que teve uma participação de cerca de 97,6% do capital da TAP SGPS, “marca o início de um novo ciclo para a TAP”.

Pedro Nuno Santos queria que a nova gestão da TAP entrasse só depois da aprovação do plano de reestruturação por parte da Comissão Europeia. Foi isso que afirmou em março. Mas a sucessiva derrapagem das negociações, face à expetativa das autoridades portuguesas, e a saída de vários administradores executivos e não executivos, acabou por não permitir essa pretensão.

Novo CEO da TAP vai ganhar menos do que Antonaldo Neves. Negociação em Bruxelas atrasa nova gestão

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A assembleia geral para eleger novos órgãos sociais realizou-se esta quinta-feira, porque estaria em causa o cumprimento do prazo legal. E a nova gestão liderada pela francesa Christine Ourmieres-Widener vai entrar em funções ainda num quadro de grande incerteza quanto aos contornos finais do plano que Portugal entregou em Bruxelas em dezembro do ano passado.

Ao longo deste período o elenco apontado para gerir a transportadora sofreu mudanças importantes. O gestor alemão sugerido pela consultora contratada para a escolha do novo CEO acabou por não vir, por razões que nunca foram esclarecidas. E Miguel Frasquilho, presidente não executivo desde a privatização da companhia que tinha sido reconduzido já pelo Governo socialista, acabou por não ficar mais um mandato, sendo substituído por Manuel Beja que foi administrador da Novabase.

Os outros nomes propostos para administração são Ramiro Sequeira, Alexandra Reis, João Gameiro, José Manuel Silva Rodrigues, Silvia Mosquera González, Patrício Ramos Castro, Ana Teresa Lehmann, Gonçalo Monteiro Pires e João Pedro da Conceição Duarte. O administrador financeiro será João Weber Ramos dos Reis Gameiro, enquanto Ramiro Sequeira, que foi CEO interino, passa a ser administrador operacional, COO.

A comissão de acompanhamento da ajuda de Estado será presidida por Patrício Ramos Castro. A comissão de vencimentos é liderada por Tiago Aires Mateus.

Ministério agradece a Frasquilho que serviu a TAP e o país de “forma leal, incansável e dedicada.”

O Ministério das Infraestruturas sublinha numa nota que com a eleição dos novos órgãos sociais, a TAP será liderada por uma equipa de gestão com reconhecido currículo no setor, a quem deseja os maiores sucessos no caminho exigente que tem pela frente. O seu sucesso será o sucesso da TAP e também o sucesso da economia nacional.

Considerando que a empresa “deu mais um passo decisivo no caminho que todos esperamos que seja o da sua recuperação”, o ministério reconhece publicamente “a dedicação e o trabalho de enorme qualidade levado a cabo pela Administração cessante, em particular por Ramiro Sequeira, que, como presidente interino da Comissão Executiva, liderou os destinos da empresa num período muito duro, liderando a construção do plano de reestruturação da empresa e a assinatura dos acordos de emergência com todos os sindicatos da TAP e da Portugália”. E ainda um agradecimento especial a “Miguel Frasquilho, que serviu sempre a TAP e o país de forma leal, incansável e dedicada.”

O Governo acrescenta que a “TAP entrará, com a decisão sobre o plano de restruturação por parte da Comissão Europeia, numa nova fase da sua vida e o Governo conta com todos para garantir que a próxima página desta história da nossa companhia aérea seja plena de sucesso”.