Quando passar um minuto da meia-noite de hoje, dia 30 de junho, ou seja, de quarta para quinta-feira, o mundo do futebol ficará estranho, nem que seja durante uns dias. Aliás, espera o Barcelona que seja apenas durante uns dias. É que, a essa hora, Lionel Messi é um jogador livre, que pode optar por assinar por qualquer equipa do mundo. Esta hipótese, no entanto, é remota, com muita da imprensa espanhola, com destaque para a catalã, a dar como certo o acordo entre o craque e o seu clube de sempre. São já 16 anos de ligação oficial.

Numa novela que se arrasta há demasiado tempo e deverá deixar, não só o astro argentino e o clube, mas também os adeptos um pouco nervosos, existem ainda muitas perguntas. No entanto, é provável que não existam o mesmo número de respostas.

Veja-se: Dembelé, extremo dos blaugrana, lesionou-se no Euro 2020 e vai estar cerca de quatro meses parado. Mas, para “compensar” o clube, o Programa de Proteção da FIFA enviará para os cofres do emblema catalão cerca de 20,5 mil euros… por dia. Ora, com Messi a disputar neste momento a Copa América e a pensar em parar de jogar apenas dia 11 de julho, quando se disputa a final, uma lesão do argentino a partir de amanhã, quinta-feira, resultaria em perdas estrondosas para todos. Primeiro, para Messi, claro, em segundo para o Barça, que ficava “descalço” sem o tal dinheiro da FIFA (e sem o atleta, claro).

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Então, como explica o Sport, além da liberdade de trocar de clube, o que, mais uma vez, não deverá acontecer, o Barcelona não vai poder vender camisolas com o nome do jogador, referentes à próxima temporada, na sua loja oficial. Não há contrato, não há camisolas. Ao mesmo tempo, o clube também não poderá utilizar a imagem de Messi com esse mesmo novo equipamento, ou todo e qualquer artigo que seja referente à época 2021/2022.

Estando no Brasil, mesmo com advogados de um lado e de outro, obviamente que La Pulga não vem a Barcelona assinar contrato, portanto, também há esse problema. Agora, outra questão pertinente: assina-se uma renovação ou um contrato totalmente novo? Esta questão já tem sido discutida, o que faz sentido, visto que, caso seja considerada uma contratação pela liga espanhola, tal poderia afetar o teto salarial dos catalães.

Mas ainda há coisas que o clube pode fazer, como usar a imagem de Leo com camisolas de outras temporadas, imagens da Copa América e manter o nome do jogador no site oficial. Se parece pouco é porque o é. O que contará é, primeiro, a assinatura, e, depois, Messi com número 10 nas costas a entrar em Camp Nou. Até lá, fica o tal nervosismo…

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Não é só Messi que ficará ou está sem contrato, existem outros bons jogadores na mesma situação, mas podemos considerar que o argentino lidera a lista. Depois, sem muitas dúvidas, surge o defesa Sérgio Ramos, que saiu do Real Madrid após 16 anos de “casa”. Ainda sem destino definido, o espanhol, que não foi ao Euro 2020, queria dois anos de contrato, mas o clube só ofereceu um. Quando ele aceitou, afinal, a proposta tinha “caducado”.

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Wijnaldum, capitão dos Países Baixos e ex-Liverpool, também ficou livre e comprometeu-se  com o PSG, depois de semanas e semanas em que se dava como certa sua a ida para o… Barcelona. Para os blaugrana acabou por ir, também a custo zero, Depay, colega de Wijnaldum na seleção. Ainda na senda dos já certos, destaque para a chegada do craque austríaco Alaba ao Real Madrid.

Atrás do médio holandês para Paris deverá ir Donnarumma, guarda-redes italiano, de quem o AC Milan se “fartou” durante as negociações para um novo contrato. O agente do guardião é o por vezes polémico Mino Raiola, também empresário de jogador como Zlatan Ibrahimovic, Pogba ou Haaland e Balotelli.

Pode debater-se quem é melhor – Sérgio Ramos ou Boateng –, mas a verdade é que o alemão apenas aparece agora na lista, mesmo que possa parecer injusto. Após uma década de Bayern Munique, e de ter enchido a vitrine de troféus, o jogador terminou contrato com os bávaros.

Destaque ainda para jogadores como David Luiz, Juan Mata, Mustafi, Mangala, Kevin Gameiro, Jovetic ou Vaclik, este último guarda-redes checo do Sevilha que está nos quartos do Campeonato da Europa.

Por último, fica uma palavra para dois gigantes do futebol, que ficaram também livres e que parecem ter andado sempre de mãos dadas, exceto nesta fase da carreira: Ribery e Robben, sendo que o último já acabou entretanto a carreira antes de um regresso pelo Groningen que voltou a ficar marcado pelos problemas com lesões.