O proprietário do parque de ‘bungalows’ onde ocorreu uma explosão na sexta-feira, na Burinhosa, no concelho de Pataias, afirmou hoje à Lusa que há “fortes indícios” que os responsáveis pelo incidente foram os jovens.
“Achamos estranho, e muito, o que aconteceu. Existem fortes indícios, de que o que causou a explosão foi um incêndio provocado pelos jovens, segundo indicações de proprietários de ‘bungalows’ vizinhos”, através de “bombinhas de carnaval, no interior do ‘bungalow'”, afirmou à Lusa Manuel Brites, numa resposta escrita enviada à Lusa, após “ver todas as imagens videovigilância, que vão ser entregues a Polícia Judiciária”.
Quatro adolescentes de nacionalidade espanhola, com 14 anos, ficaram feridos na sexta-feira, numa explosão num parque de campismo de ‘bungalows’ na Burinhosa, freguesia de Pataias, no concelho de Alcobaça, distrito de Leiria. Segundo o proprietário, o ‘bungalow’ em causa “tinha uma fonte de gás exclusiva” e “foi verificada de manhã e à entrada da noite”, sem registo de “cheiros ou indícios de problemas”.
O responsável reforçou que existem ‘bungalows’ muito próximos daquele onde se registou o acidente e que um dos proprietários “ouviu toda a noite, as bombinhas, o que possivelmente provocaram a ignição”. “Foi provocado um incêndio no interior do ‘bungalow’. Eles apagaram-no, saíram pelo próprio pé e foram tomar banho no balneário em frente. Depois de tomado o banho, e tendo em conta o estado em que estavam, é que chamaram o responsável”, acrescentou Manuel Brites, ao sublinhar que só pretende “a verdade”.
As condições de segurança foram vistoriadas, garantiu Manuel Brites, ao referir que o parque vai manter-se aberto. Segundo Manuel Brites os jovens “foram deixados sós, sem qualquer adulto” e “integravam um grupo de voleibol, que participava num torneio na Nazaré”. O proprietário adiantou que “apenas 5% do parque é a gás” e adverte que “nunca deveriam ter sido deixadas, a sós, crianças desta idade”. “Não acreditamos na teoria a acender a luz e explodir”, rematou.
Dois rapazes sofreram ferimentos graves, nomeadamente “queimaduras de segundo grau na face e nos membros superiores”. Os outros dois sofreram “ferimentos mais ligeiros”, aparentando “queimaduras de primeiro grau”, explicou o comandante à agência Lusa. Os dois adolescentes, de 14 anos, foram transportados para o Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, “encontrando-se clinicamente estáveis”, confirmou o hospital à agência Lusa, na sexta-feira.
Em declarações à agência Lusa, o comandante dos bombeiros de Pataias, Leandro Bernardino, afirmou que a explosão aconteceu quando “acenderam a luz” no ‘bungalow’, onde existiria uma fuga de gás.