João Mário é um assunto encerrado em Alvalade. Apesar de haver no contrato com o Inter uma cláusula que dá o direito de preferência ao Sporting para igualar uma proposta que apareça, os responsáveis verde e brancos não gostaram da forma como o Benfica entrou no processo com a anuência do jogador e não pensam fazer nenhuma oferta pelo internacional português, estando ainda a ponderar se existem formas para defender a cláusula que faz com que um regresso a Portugal leve a um pagamento de 30 milhões de euros (a tal cláusula anti-rival).
“No caso de falhar qualquer comunicação nos termos escritos na cláusula 2.6, o Inter é livre de transferir o jogador para o terceiro clube mas, no caso de a transferência se concretizar para um terceiro clube registado na Federação Portuguesa de Futebol, o Sporting terá direito a receber do Inter a quantia de €30.000.000,00 (trinta milhões de euros) salvo, exclusivamente, pelo que está estabelecido em baixo na cláusula 3.2 ,que terá de ser paga 30 dias depois do registo pelo terceiro clube registado na Federação Portuguesa de Futebol”, advoga o ponto em causa celebrado no acordo feito entre os leões e os nerazzuri no verão de 2016, quando o médio foi vendido após sagrar-se campeão europeu de seleções por 40 milhões de euros, mais cinco milhões por objetivos.
Ou seja, e apesar dos três pareceres feitos por especialistas em Direito Desportivo que foram apresentados pelo Benfica ao Inter e das multas aplicadas pela FIFA ao clube verde e branco pelas cláusulas que constavam nos contratos de Raphinha e Hernán Barcos (quando foram para o Rennes e para o Liga Quito, respetivamente), existe a convicção em Alvalade que essa cláusula mantém-se e não diz só respeito ao direito de preferência, como advogam os encarnados, até porque consta no contrato feito entre Sporting e Inter em 2016 e não no vínculo entre os italianos e João Mário – ou seja, não impede em nada que o jogador escolha o seu futuro.
Uma coisa é certa: aquilo que parecia uma certeza ou uma inevitabilidade no final de maio, e que passava pela continuidade de João Mário no Sporting, é hoje um cenário inexistente. E os leões estão já focados em outros dois reforços para a próxima temporada depois de garantirem Ricardo Esgaio (5,5 milhões de euros por 80% do passe), José Marsà (central do Barcelona B que irá começar na Academia num contexto de equipa B) e Gonçalo Esteves, irmão de Tomás Esteves de 17 anos que é também lateral direito e chega a custo zero do FC Porto.
Rúben Vinagre deverá ser o próximo jogador a ser apresentado pelo Sporting. O lateral esquerdo de 22 anos, que esteve quatro épocas não consecutivas na formação dos leões (pelo meio passou pelo Belenenses) depois de ter sido infantil do Barreirense antes de se mudar para os franceses do Mónaco, já chegou a acordo com os leões para se mudar para Alvalade, continua a treinar à parte no Seixal – se tivesse rumado a Inglaterra teria de cumprir um período de quarentena, o que iria atrasar depois a incorporação na nova equipa – e aguarda apenas pela conclusão das negociações com o Wolverhampton, que nesta altura estão presas por detalhes como o facto de a opção de compra do empréstimo ser ou não obrigatória. Ainda assim, Vinagre já não deverá fugir.
O próximo alvo será Ugarte, jovem médio uruguaio de 20 anos do Famalicão que chegou à Primeira Liga vindo do Fénix na última temporada. Em cima da mesa está um acordo semelhante ao que existiu em 2021 em relação a Pedro Gonçalves, que chegou a Alvalade por 6,5 milhões de euros ficando o conjunto famalicense com 50% dos direitos económicos do (agora) internacional português. No entanto, os leões tentam reduzir essa margem do passe que fica no Famalicão, numa conversação que poderá também ser concluída até domingo, data em que o conjunto liderado por Rúben Amorim ruma ao Algarve para o habitual estágio de pré-temporada.
Mesmo com estas duas possíveis contratações, o mercado a nível de reforços não ficará fechado, com o Sporting a procurar ainda um ala desequilibrador para equilibrar a posição. Depois, as caras novas dependerão sobretudo do próprio mercado e da possibilidade de haver saídas entre os elementos habitualmente utilizados por Rúben Amorim, casos de Nuno Mendes, Jovane Cabral ou Matheus Nunes, entre outros. Há ainda uma outra dúvida que está relacionada com o ataque e que se prende com a hipótese de permanência de Pedro Marques, jovem avançado que esteve cedido nos últimos seis meses ao Gil Vicente e que pode ficar no plantel de 2021/22.