Mais um mês — o último do primeiro semestre de 2021 —, mais uma playlist com uma canção por cada álbum que nos prendeu a atenção. Tal como para janeiro, fevereiro, março, abril e maio, fizemos uma playlist com um best-of do último mês, que inclui alguns dos melhores exemplares de álbuns editados no mês de junho.

Esta viagem musical pelos sons do mês de junho faz-se a várias velocidades e ritmos, de forma eclética, passando por estéticas como o hip-hop, a neosoul e R&B, o indie-rock, a folk, o country, o jazz e as batidas eletrónicas e dançantes. Como, aliás, a escuta permitirá comprovar:

É na estética da nova soul, que pisca o olho às batidas hip-hop, à festa funk e à elegância do jazz que encontrámos algumas das melhores pérolas do mês, com os regressos aos álbuns da misteriosa banda britânica Sault (com um disco intitulado Nine) e do grupo australiano de pop inventiva Hiatus Kaiyote (Mood Valiant) e com o primeiro álbum da desconcertante promessa da música britânica Greentea Peng (MAN MADE).

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No hip-hop, a inovação do nova-iorquino MIKE (com Disco!) e sobretudo a nova investida do cantor e rapper Tyler, The Creator (com o álbum CALL ME IF YOU GET LOST) também aparecem representadas nesta playlist. Assim como, no indie-rock, os profícuos King Gizzard & The Lizard Wizard — com mais um álbum, o segundo lançado este ano, Butterfly 3000 — e o português Jónatas Pires, que editou o seu primeiro disco de canções originais desde que a banda Os Pontos Negros deixou de gravar e atuar ao vivo.

Há ainda espaço para o cruzamento entre folk, country, blues e uns pózinhos de gospel que se ouve no disco Quietly Blowing It, talvez o disco mais conseguido do já longo trajeto de Hiss Golden Messenger, e para o cruzamento entre o canto de inspiração tradicional e aportuguesada e as batidas eletrónicas apresentado no primeiro EP de Rita Vian, Caos’a.

Na música instrumental, o jazz de Julian Lage e Afonso Pais divide protagonismo com a guitarra livre de Ricardo Gordo e a espantosa viagem cósmica de Natura Morta, álbum do sueco Sven Wunder. Para a dança, sobra o álbum Mother Nature, de Angelique Kidjo — nomeadamente o dueto com Burna Boy, “Do Yourself”, uma canção perfeitamente adequada à estação quente — e a eletrónica de Preacher’s Sigh & Potion: Lost Album, de Matthew Dear.