O anúncio foi feito no final da manhã desta sexta pelo advogado Magalhães e Silva: Luís Filipe Vieira suspende o mandato de presidência do Benfica, depois de ter sido detido na quarta-feira. A direção do clube da Luz estará reunida para deliberar quais os próximos passos. Começam agora também a surgir já algumas reações a esta notícia.

Medidas de coação serão conhecidas no sábado após interrogatório de Luís Filipe Vieira

Bruno Costa Carvalho, que liderava o movimento ‘Todos P’lo Benfica’ e se candidatou pela segunda vez à liderança do emblema lisboeta, falou à RTP e apelou à demissão de Luís Filipe Vieira. “O comunicado começa com o Benfica está em primeiro, mas se o Benfica estivesse realmente em primeiro lugar estaríamos perante uma demissão e não uma suspensão”, disse. “Se o Benfica está realmente em primeiro Vieira tem de se demitir”.

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O ex-candidato diz que é “preciso perceber o que está em causa”, porque este será um processo longo e cujas medidas de coação “não serão bonitas”. “Já todos percebemos isso, e o primeiro a perceber foi o próprio porque suspendeu o mandato”.

Bruno Costa Carvalho diz que é necessário ponderar novas eleições, e que . “O Rui Costa tem de preparar a próxima época o melhor possível, até porque está em jogo a Liga dos Campeões, e dizer que a seguir vou-me demitir e convocar novas eleições”. O empresário afirma ser necessário apurar responsabilidades porque “não se faz isto sozinho”. “Se isto aconteceu é preciso apurar quem é que estava a fazer tudo isto, isto não para aqui. O Luís Filipe Vieira não conseguia fazer isto tudo sozinho”, afirmou.

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Em declarações à rádio Observador, Francisco Benítez, líder do movimento “Servir o Benfica”, diz não estar surpreendido com decisão, uma vez que seria “elementar” fazê-lo. “Eu penso e acredito que Luís Filipe Vieira irá mais longe logo que sejam conhecidas as medidas de coação”, admite. “Se efetivamente as medidas de coação forem conhecidas, e uma das que está a ser mais ventilada por aí, é aquela que dá interdição de funções, quer no Benfica e quer nas suas participadas, então nessa altura não restará a Luís Filipe Vieira outra hipótese que não seja a demissão”

Esta quinta-feira, Benítez já tinha admitido ao Observador que os “órgãos sociais do Benfica deviam demitir-se o quanto antes”.

“Se Rui Costa sabia de Vieira, é conivente. Se não sabia, é incompetente”

Gaspar Ramos, ex-dirigente do Benfica, não escondeu o agrado de ver Vieira sair de funções e fala também na necessidade de demissão. “Acho que foi a atitude certa. Mas para clarificar melhor as coisas e facilitar a vida aos dirigentes que se mantêm em funções, seria melhor a demissão pura e simples”, explicou à CMTV citado pelo Record.

Antigo dirigente do Benfica, António Figueiredo, disse também que esta era a “atitude lógica” perante o caso. “Há que deixar a justiça funcionar e que tudo seja esclarecido. Ninguém está satisfeito, a nação benfiquista está em estado de choque, é uma situação inusitada no Benfica e em qualquer clube em Portugal”, disse à CMTV, admitindo que é preciso “caminhar para eleições”.

Diamantino, antigo jogador do Benfica, disse ao Correio da Manhã, também citado pelo Record, que a suspensão de funções por parte de Luís Filipe Vieira é “neste momento a posição correta“. “Já tinha dito que Luís Filipe Vieira devia deixar de exercer funções até tudo ficar esclarecido, vamos esperar esta sexta-feira para ver quais serão as medidas de coação e aí sim, dar o outro passo, que é demitir-se”, explica.

Rui Pereira também já se prenunciou: o antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral do Benfica considera “muito razoável” que Luís Filipe Vieira “peça suspensão de funções”, contou à CMTV. “Esta não é uma situação prevista nos estatutos, mas é uma decisão razoável. Há uma situação de impossibilidade material de continuação do exercício de funções, acho muito razoável que Vieira peça suspensão de funções. O problema que se coloca é outro, é saber durante quanto tempo. Se for uma situação transitória que demore algumas semanas ou poucos meses é razoável, agora acho que nãos seria razoável uma suspensão de funções pelo período de dois ou três anos”, defende.

O antigo presidente explica ainda que, caso seja decretado a prisão preventiva, os corpos sociais deveriam apresentar a demissão: “A prisão preventiva pode durar anos. A prisão preventiva no caso de Luís Filipe Vieira pode, se vier a ser aplicada, durar todo o resto do mandato. Não tem sentido haver uma suspensão de funções que dure três anos. Depois de analisadas as medidas de coação, os corpos sociais têm de tomar posição. Na minha opinião, os corpos sociais não tem condições para continuar até final do mandato com o presidente detido. Se o presidente ficar impossibilitado de exercer funções, é óbvio que para mim deve haver novas eleições. Não há pressa, não é preciso criar mais instabilidade, mas de forma equilibrada, com o pluralismo que se impõe”, esclarece.

Já na Casa do Benfica de Santo Tirso foram colocadas duas frases, como forma de protesto: “No reino do vieiristão Calado é glória, Simões é garotão” e “Ações para os frangos, favores para o Salgado, eis o Vieira e o seu reinado”, lê-se.