Enviado especial do Observador, em Tóquio

Ninguém dava muito pelo Japão no skate. Nem muito nem pouco, não dava. Foi um erro, crasso. E, depois da conquista da medalha de ouro por Yuto Horigome na prova masculina de street, foi a vez de Momiji Nishiya sair também vencedora do quadro feminino, havendo ainda espaço a mais um lugar no pódio para os nipónicos com Funa Nakayana a vencer o bronze. No entanto, a história do dia nos Jogos Olímpicos vai também para uma protagonista do outro país que garantiu a segunda medalha na modalidade que faz a estreia na competição, o Brasil. E logo para Rayssa Leal, a menina de 13 anos que entrou nos corações canarinhos e se tornou prata.

A Fadinha, alcunha pela qual é conhecida depois de ter feito um vídeo que se tornou viral com apenas sete anos onde conseguia fazer uma manobra de elevado risco vestida de fada azul, acabou o seu verdadeiro conto com um pódio inesperado, tendo em conta que não era a mais categorizada das três brasileiras em prova. Mas o mais incrível ainda é que, por sortilégio e destino, perdeu o ouro para Momiji Nishiya, uma atleta japonesa que tem os mesmos 13 anos da brasileira. Mais: a nipónica passou a ser a segunda mais nova de sempre a tornar-se campeã olímpica, apenas atrás da americana Marjorie Gestring nos saltos para a água dos Jogos de 1936.

Sem ter o mediatismo internacional que nomes como Rayssa Leal ou Sky Brown (britânica que estará presente na especialidade do park) conseguiram reunir nas próximas semanas, Momiji tornou-se em paralelo a japonesa mais nova de sempre a tornar-se campeã olímpica, superando a medalha de Kyoko Iwasaki na natação em Barcelona, no ano de 1992. “Nunca pensei que conseguiria ganhar mas todas as pessoas à minha volta deram muito apoio e estou muito feliz por ter conseguido encontrar o meu encaixe”, destacou no final.

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