(em atualização)

A SAD do Benfica teve um prejuízo de 17,4 milhões de euros face ao exercício de 2020/2021. Segundo o comunicado enviado à CMVM, o clube aponta dois motivos para justificar os resultados: a pandemia de Covid-19 e a não participação na Liga dos Campeões. Nos 12 meses anteriores tinha registado lucros de 41,7 milhões.

O valor negativo “foi obtido num período de extraordinária complexidade, sujeito aos impactos da Covid-19, para além da não participação na Liga dos Campeões e do forte investimento realizado no plantel de futebol”, lê-se no respetivo comunicado.

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Os rendimentos operacionais — excluindo transações de direitos de atletas — superam os 94 milhões de euros, “o que significa um decréscimo de 32,8% face ao período homólogo, justificado essencialmente pela inexistência de receitas de matchday, devido à realização de jogos sem público, e pela redução dos rendimentos com prémios distribuídos pela UEFA”.

A SAD do clube encarnado salienta ainda que os rendimentos com transações de direitos de atletas ascendem a 100 milhões de euros, optando por destacar “o contributo da transferência do jogador Rúben Dias”.

O clube esclarece que os rendimentos totais ascendem a 204 milhões de euros e volta a dar ênfase ao período marcado “pela inexistência de receitas de jogos, devido às restrições de público nos estádios como medida de combate à Covid-19, e pela não participação na Liga dos Campeões”.

Se o ativo ascende a um valor de 523,3 milhões de euros — o que representa um crescimento de 7,4% face ao período homólogo —, o passivo aumentou de 325,9 para 379,6 milhões de euros, correspondendo a um aumento de 16,5% (só 100 milhões foram gastos em jogadores, sendo que os gastos com pessoal subiram de 85,6 para 97 milhões de euros). O valor da dívida líquida da SAD do Benfica ascende a 100,9 milhões de euros, o que representa um aumento de 8,8%.

No Relatório e Contas de 2020/21 da SAD do Benfica, Rui Costa deixa uma mensagem aos acionistas: “Ao longo deste exercício de 2020/21, os resultados desportivos acabaram por ficar aquém das metas por nós traçadas e dos sucessos que todos almejamos”, diz, para depois reforçar a ambição de “vencer todas as competições em que o Sport Lisboa e Benfica está envolvido” a nível nacional e internacional. Sobre os resultados financeiros, diz que estes “expressam uma forte resiliência em tempos particularmente adversos, numa conjuntura económica desafiante”.

Apesar das dificuldades, o Benfica não deixou de reforçar a sua “equipa principal de futebol nas áreas consideradas prioritárias, obedecendo ao estrito cumprimento de um ambicioso plano desportivo que, sendo priorizado, não descurou benefícios financeiros relevantes para a atividade da sua SAD”, ressalva ainda Rui Costa.