A superioridade do FC Porto no panorama do andebol nacional tem vindo a adensar-se nas últimas épocas e os números são a grande prova disso mesmo. Os mesmos números que, com o Sporting e o Benfica à cabeça, todos os adversários tentarão contornar na presente temporada. Os mesmos números que, desde o final de maio de 2019, ninguém conseguiu contornar no plano nacional: após um desaire caseiro com os encarnados na última jornada de 2018/19, os dragões iniciaram uma série de 76 jogos sem perder nas provas nacionais entre Campeonato, Taça e Supertaça com a pandemia pelo meio, cedendo só um empate com os leões e deixando ir um jogo para prolongamento nas meias da Taça com o Águas Santas.

Sem nomes como os internacionais Miguel Martins e André Gomes ou o alemão Manuel Spath, reforçado com figuras como Pedro Valdés, Pedro Cruz, Ivan Sliskovic ou o guarda-redes Sebastian Fredsen, o FC Porto partia para a nova época tentando manter esse registo vitorioso mas sabendo que vinha de uma pré-época “com altos e baixos”. “Fizemos alguns bons jogos mas foi difícil, com vários jogadores nos Jogos. Começámos com um grupo pequeno mas acredito que estão todos em boa forma e agora vão começar os jogos a sério, algo que os jogadores aguardam ansiosamente. A pré-época é aborrecida e dura por vezes, mas agora vamos entrar no nosso ritmo com quase dois jogos por semana até ao Natal”, assumiu o técnico Magnus Andersson aos meios do clube, destacando também um Benfica que “investiu muito”.

Do lado dos encarnados, Chema Rodríguez acreditava que o facto de já levar ritmo de competição pelos dois encontros feitos na EHF European League poderia ser um fator a ter em conta. “Estou à espera de uma partida muito competitiva. Eles mudaram muitos jogadores, nós também. É um rival, é uma equipa que ganhou muitos títulos nos últimos anos. Vamos tentar estar sempre dentro do jogo e do resultado e esperar que os detalhes caiam para o nosso lado. O facto de o FC Porto só ter tido jogos particulares pode ajudar-nos mas é um rival complicado, que joga muito bem. Tem um treinador e um plantel muito bons, mas somos o Benfica. Vamos tentar ganhar e estar na final”, assumiu o treinador espanhol à BTV.

Era neste contexto que chegava o segundo jogo da Final Four da Supertaça, antecedido pelo duelo entre o Sporting, segundo classificado do Campeonato e semi-finalista da Taça, e o Águas Santas, quarto colocado que caiu também nas meias da Taça. E apesar de uma primeira parte com mais erros do que é habitual na equipa de Magnus Andersson, os portistas deram a volta e somaram a sexta vitória consecutiva em jogos diante do Benfica, que não deu continuidade ao que fez de positivo nos 30 minutos iniciais.

Os encarnados começaram melhor e fizeram um parcial de 3-0 antes de três golos consecutivos do reforço Ivan Sliskovic após nove minutos em branco dos dragões e mais três dos encarnados que obrigaram o FC Porto a parar o jogo. Os lisboetas estavam melhor, conseguiram chegar aos quatro golos de vantagem mas o intervalo chegou com 12-10 para o Benfica. No segundo tempo, os portistas conseguiram ir recuperando, passaram pela primeira vez para a frente a cerca de 20 minutos do final (16-15). Os encarnados tentaram voltar a inverter o rumo do clássico com uma paragem técnica mas o FC Porto tinha passado em definitivo para o comando do encontro, vencendo por três (21-18) e terminando com uma vitória por 29-24.

No outro encontro, realizado antes também na Nazaré, o Sporting já se tinha qualificado para a final após vencer o Águas Santas por 35-30 num encontro em que saiu para intervalo já com uma vantagem de quatro golos (16-12). Os reforços Francisco Costa, um dos filhos do técnico Ricardo Costa que trocaram no verão o FC Porto pelos leões, e Mamadou Cissokho foram os dois melhores marcadores do conjunto verde e branco com oito golos cada, ao passo que André Sousa o melhor entre os maiatos (sete).

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