A candidata da CDU à da Câmara de Faro reivindicou esta terça-feira horários iguais para os trabalhadores da autarquia, para que todos tenham 35 horas semanais de trabalho, o que ainda não acontece numa das empresa municipais do concelho.

À margem de ação de uma campanha nos serviços da Câmara de Faro, Catarina Marques passou por diversos departamentos e reiterou à Lusa a importância de a CDU voltar a eleger um vereador, para contribuir para a defesa dos direitos do trabalhadores.

“A eleição de um vereador é importantíssima para trazer estas questões para cima da mesa que, normalmente, não vêm, nem por parte do PS, nem do PSD”, defendeu a cabeça de lista da coligação, a terceira força mais votada nas eleições autárquicas de 2017.

A CDU conseguiu eleger em 2013 um vereador para a Câmara de Faro, liderada pelo PSD desde 2009, mas o número de votos obtido em 2017 não foi o suficiente para a coligação conseguir reeleger um vereador em 2017.

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Catarina Marques classificou como “muito injusto” o facto de, dentro do conjunto dos trabalhadores camarários, uns “beneficiem das 35 horas semanais” e outros, pertencentes à Fagar, empresa municipal de gestão de água e resíduos detida em 51% pela autarquia, “continuem a trabalhar as 40 horas”.

Realçando que a CDU, nomeadamente o PCP, está “muito ligado” à luta dos trabalhadores a candidata lembrou a sua intervenção na “reivindicação dos 25 dias de férias” e na aplicação do suplemento remuneratório de penosidade e insalubridade.

“Infelizmente, na Câmara de Faro [o suplemento] poderia ter sido alargado a mais trabalhadores e ser pago a valores mais elevados e, na freguesia de Conceição e Estoi, ainda não se aplica o suplemento aos seus trabalhadores”, destacou.

A dificuldade de contratação de técnicos de certas profissões, nomeadamente, pedreiros, carpinteiros, calceteiros ou serralheiros, foi um dos temas abordados no setor de pessoal, com a comitiva a ficar a saber que os concursos ficam “muitas vezes vazios” porque a remuneração “não é atrativa”, sendo bem inferior à que conseguem auferir fora do setor público.

A visita dos candidatos pelos corredores dos serviços municipais revelou uma grande familiaridade entre alguns membros da lista e trabalhadores camarários já reformados e os seus colegas, com alguns a reproduzirem palavras de afeto.

Catarina Marques tem como adversários na corrida à presidência da capital algarvia o ‘repetente’ Rogério Bacalhau (PSD/CDS-PP/IL/MPT/PPM) – que se candidata a um terceiro e último mandato -, o antigo vereador socialista João Marques, Custódio Guerreiro (Chega), Elza Cunha (PAN) e Aníbal Coutinho (BE).

Nas eleições de 2017, a coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM obteve 43,94% dos votos, alcançando maioria absoluta no executivo, com cinco vereadores. O PS obteve 38,06% dos votos (restantes quatro vereadores) e a CDU, com 7,38%, perdeu o vereador que tinha assegurado em 2013.