As ligações fluviais da Transtejo/Soflusa entre a Margem Sul e Lisboa estão condicionadas entre esta terça-feira e quinta-feira ao início da manhã e ao final do dia, devido à greve dos trabalhadores, não sendo possível garantir o serviço regular.
A Rádio Observador esteve na Estação Fluvial do Barreiro, onde testemunhou a partida do primeiro barco e último barco no começo da manhã, que levou cerca de 300 passageiros às 5h00. Muitas pessoas estão a ser apanhadas despercebidas pela greve nesta estação, que só terá o próximo transporte às 11h25.
“Por acaso não sabia da greve, cheguei à hora a que costumo apanhar o barco para ir para Lisboa e para minha surpresa não há barcos nem alternativas”, diz Emanuel Monteiro, utente da Transtejo/Soflusa.
Greve leva 300 pessoas a apanhar único barco disponível às 5h da manhã
“Vou ter de faltar, vou ter de ligar ao patrão. Não sei se vou ter alternativa nos próximos três dias.”
Na sua página da internet, a Transtejo/Soflusa (TTSL) alerta para os constrangimentos provocados pela greve dos trabalhadores, que foi marcada em plenários realizados em 6 e 7 de setembro, alegando que a empresa mantém a sua posição de não negociar aumentos salariais.
Trabalhadores das duas empresas (com uma administração comum), que fazem as ligações fluviais entre a denominada Margem Sul (do Tejo) e Lisboa, estiveram em 20 de maio em greve de três e duas horas por turno, voltando a paralisar em junho e julho em greve parcial.
Segundo a informação disponibilizada pela empresa, e por se tratar de uma greve parcial por turnos, estão previstas as ligações do Barreiro para o Terreiro do Paço entre as 11h25 (primeiro barco) e as 17h35 (último barco) e, no período noturno, a partir das 22h00.
No sentido contrário, prevê-se a ligação entre o Terreiro do Paço e o Barreiro entre as 11h55 e as 18h00 e depois a partir das 22h30.
Entre Cacilhas e o Cais do Sodré, a transportadora prevê ligações no período entre as 9h20 e as 16h45 e depois a partir das 20h14, enquanto no sentido inverso estão previstos barcos entre as 9h32 e as 16h45 e a partir das 20h10.
Já entre o Montijo e o Cais do Sodré estão previstas as carreiras entre as 9h30 e as 16h30 e, mais tarde, no período das 20h30 às 22h30, enquanto no sentido contrário, Cais do Sodré — Montijo, estão previstas carreiras entre as 10h00 e as 16h30 e, à noite, entre as 20h10 e as 23h15.
Nas ligações entre o Seixal e o Cais do Sodré, os horários disponíveis são igualmente em dois períodos: entre as 9h15 e as 16h45 e depois entre as 20h30 e as 22h30, e no sentido inverso entre as 9h40 e 16h45 e entre as 20h15 e as 23h15.
Para as ligações Trafaria — Porto Brandão — Belém estão previstos os barcos entre as 9h40 e as 16h00 e entre as 20h30 e 21h30, e no sentido inverso entre as 10h00 e 16h30 e entre as 21h00 e as 22h00.
Segundo a TTSL, o tribunal arbitral do Conselho Económico e Social (CES) decretou serviços mínimos apenas para as ligações fluviais do Barreiro e de Cacilhas, nos seguintes horários: do Barreiro para o Terreiro do Paço às 5h05, do Terreiro do Paço para o Barreiro às 5h30, de Cacilhas para o Cais do Sodré às 5h20 e do Cais do Sodré para Cacilhas às 5h35.
Em declarações à Lusa, Paulo Lopes, dirigente da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), afirmou que os sindicatos “tentaram de tudo para evitar a greve parcial dos próximos três dias”.
“Tivemos na segunda-feira reuniões com a administração da empresa e não encontrámos solução. A responsabilidade é toda da parte da empresa, tentámos encontrar solução, mas agora está na mão do Governo”, explicou.
Segundo o sindicalista, o Governo “quer manter mais um ano de congelamento de salários, não aceitando o subsídio proposto mais valorização salarial”.
A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por ligar o Barreiro à capital.