O IFO, um influente instituto alemão de pesquisa económica, cortou drasticamente as projeções de crescimento económico da maior economia europeia, embora tenha revisto em alta as previsões para 2022. No fundo, os economistas ligados ao IFO estão a dizer que a retoma virá mais tarde do que o previsto anteriormente, sobretudo devido às dificuldades nas cadeias de fornecimento globais.

A projeção de crescimento económico para 2021 foi revista em baixa em 0,8 pontos percentuais, para um crescimento de 2,5% neste ano de 2021. A estimativa anterior era de um crescimento de 3,3%. O Governo português indicou, recentemente, que admitia um crescimento de 5% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano – o que, a confirmar-se, seria um crescimento ao dobro do ritmo da Alemanha (cuja economia não caiu tanto em 2020 quanto Portugal).

Porém, a projeção de crescimento para 2022 foi aumentada exatamente na mesma medida (em termos percentuais), passando a prever-se um crescimento de 5,1% – mais 0,8 pontos percentuais do que se previa anteriormente. Para 2023, a expectativa é de um crescimento de 1,5% na Alemanha, país que neste próximo domingo vota para escolher um sucessor para a chanceler Angela Merkel.

“A forte recuperação após a pandemia, que originalmente se previa acontecer neste verão, deverá ser adiada mais uma vez”, escreveu o economista-chefe do IFO, Timo Wollmershäuser. “Neste momento, a produção industrial está a encolher como consequência de dificuldades nas cadeias de fornecimento de importantes componentes”, acrescentou o economista.

Um exemplo dessas dificuldades no fornecimento de componentes e matérias-primas é a escassez de chips (semicondutores) que está a assolar todo o mundo e que, em Portugal, já tem levado a interrupções no funcionamento da AutoEuropa, por exemplo.

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