Uma exposição temporária do artista barroco e autodidata António Saint Silvestre, intitulada “Inês de Castro, a rainha morta e outras personagens desencantadas”, estará patente, a partir de 2 de outubro, no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra.
Conhecido por conjugar influências africanas e europeias, em “Inês de Castro, a rainha morta e outras personagens desencantadas”, o escultor cria “um espetáculo onírico e mágico habitado por pequenas personagens que denunciam, com ares ingénuos e infantis, de forma séria e triste, as dores da humanidade”, refere a Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC).
Segundo a DRCC, a exposição, que está pela primeira vez na região Centro, “transporta memórias, provocações e questões sobre o mundo”.
“As personagens do artista habitarão a sala de exposições temporárias do centro interpretativo e a área de exposição permanente, sugerindo um diálogo inusitado com a história das clarissas que ali viveram”, sublinha.
A exposição ficará patente na sala de exposições temporárias do Centro Interpretativo do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha até 10 de janeiro de 2022.
A peça “Inês de Castro, a rainha morta”, que dá nome a esta exposição, será doada por António Saint Silvestre à DRCC.
O artista nasceu em Moçambique e radicou-se em Paris, cidade onde aconteceu a sua primeira exposição individual, em 1987.
De acordo com a DRCC, “a sua obra tem sido exposta em diversas cidades da Europa, nos Estados Unidos da América, no Japão e na China”.
“Na capital francesa, onde viveu cerca de 40 anos, contactou de perto com o mundo da arte onde, incentivado por amigos e admiradores, acaba por expor os seus primeiros trabalhos, que lhe dão ímpeto para a abertura de uma galeria de arte durante 25 anos. Aqui expõe artistas dos movimentos marginais como a Arte Bruta, a Arte Singular ou a Nova Invenção”, explica.
Mais tarde, acrescenta, a coleção de António Saint Silvestre chegou a Portugal e “pode agora ser visitada pelo público no Centro de Arte Oliva, em São João da Madeira”.
A cerimónia de inauguração, que está integrada no programa das Jornadas Europeias do Património, contará com a entrega do “Prémio Instituição” pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM) à DRCC.
Este prémio é atribuído no âmbito da missão da APOM de promover o conhecimento da museologia e dos domínios científicos e técnicos a organismos, públicos ou privados, que apoiem os museus e as atividades museológicas.
A DRCC refere que “esta distinção surge num momento em que, para além de dinamizar os espaços museológicos que lhe estão afetos”, tem em prática “um plano de atividades que dota a região de ferramentas de capacitação para que, até 2030, 80% dos museus dos 77 municípios inscritos na sua área de circunscrição territorial estejam credenciados na Rede Portuguesa de Museus”.