A 100.ª edição dos Campeonatos do Mundo de ciclismo tiveram como palco nobre a zona da Flandres e o último dia de competição, com a prova de estrada das Elites masculinas, prometia mais espectáculo ainda do que durante uma semana que começou com as finais de contrarrelógio. No entanto, e entre essa festa que seria feita, as características da corrida eram tudo menos benéficas para os cinco corredores nacionais. E era isso que esvaziava a possível pressão para um bom resultado, depois do 14.º posto de João Almeida nos Europeus a seguir ao top 10 na prova de contrarrelógio que cumpriu todas as expetativas.
“É um percurso atípico, não totalmente enquadrado nas caraterísticas dos corredores portugueses. Por isso, não temos a pressão de controlar a corrida, que estará às costas das equipas com os principais especialistas neste tipo de terreno. No entanto, não nos podemos esquecer que transportamos a bandeira de Portugal e que representamos o país. Isso dá-nos responsabilidade de lutar por um bom resultado”, destacara antes da prova o selecionador nacional, José Poeira, em declarações à Federação de Ciclismo.
“Não tenho muito experiência em clássicas nem em corridas tão longas. Além disso, este é o meu primeiro Mundial de elite, pelo que será uma experiência nova para mim. Vou fazer tudo para me manter no grupo principal para conseguir um bom resultado. Terei disponibilidade para ajudar a equipa, caso algum companheiro esteja melhor, porque o importante é colocar Portugal lá em cima”, frisou ainda João Almeida, principal referência do conjunto nacional. E essa acabou por ser a principal nota do dia.
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A mais de 40 quilómetros da meta numa prova demasiado longa para as características e para o momento de vários corredores, houve um corte que viria a ser determinante na classificação final e que deixou para trás todos os portugueses, que viriam a terminar em posições discretas: Rui Oliveira foi 39.º a mais de seis minutos do líder, João Almeida não foi além da 47.ª posição também a seis minutos e meio e Nelson Oliveira, que fechara o contrarrelógio em 13.º, concluiu a prova de fundo no 55.º posto.
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Lá na frente, a luta de “tubarões” acabou por terminar com o mesmo campeão: Julian Alaphilippe conseguiu sair, ganhou margem e terminou a prova em primeiro com o tempo de 5.56.34, menos 32 segundos do que um segundo grupo onde estavam o neerlandês Dylan van Baarle, o dinamarquês Michael Valgren Hundahl, o belga Jasper Stuyven e o norte-americano Neilson Powless. O britânico Thomas Pidock foi quinto a 49 segundos do gaulês, o checo Zdenek Stybar acabou em sexto a 1.06 e seguiu-se um grupo com o belga Mahieu van der Poel, o francês Florian Senechal, o italiano Sonny Colbrelli, o belga Wout van Aert, o norueguês Markus Hoelgaard e o francês Valentin Madouas, todos a 1.18. A partir daí, todos os concorrentes que concluíram a corrida ficaram a pelo menos quatro minutos de Alaphilippe.
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