Em Portugal, 35,4% dos trabalhadores poderia realizar as tarefas fora das instalações do empregador, a partir de casa ou de outro local. Isto significa que, entre os países da União Europeia, Portugal é o nono com potencial mais baixo de passagem para o teletrabalho, segundo os dados da Europeia para a Melhoria das Condições de Trabalho (Eurofound) e do Centro de Investigação Comum da Comissão Europeia, citados pelo Jornal de Notícias na edição desta terça-feira.

A média da UE é 37%, ligeiramente acima da percentagem nacional. Esta é, no entanto, bastante inferior à do Luxemburgo, país europeu com maior potencial de passagem para trabalho remoto. De acordo com a Eurofound e a Comissão Europeia, mais de metade dos luxemburgueses (55,5%) têm capacidade para trabalhar a partir de casa.

Apesar de existir a possibilidade de um terço dos trabalhadores portugueses também o fazer, apenas 22% ficaram em casa no ano passado, durante o primeiro confinamento. O número registado este ano foi ainda mais baixo, segundo os dados avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) ao Jornal de Notícias e Dinheiro Vivo — no pico da pandemia, 21% estiveram em teletrabalho, isto é, menos de 10% do potencial nacional.

Portugal terá sido, contudo, um dos países onde a percentagem de teletrabalho cresceu de forma mais expressiva — em 2019, 4,8% dos portugueses trabalhavam remotamente, percentagem que no último ano aumentou para 13,4%, segundo o Eurofound. Não se deverá repetir, mas dificilmente os valores voltaram aos de 2019.

“No nosso inquérito eletrónico, já assistimos a uma ligeira descida no teletrabalho a partir de casa entre julho de 2020 e março de 2021”, afirmou Bárbara Gerstenberger, chefe da Unidade de vida profissional da Eurofound, citada pelo Jornal de Notícias. Mas “é difícil imaginar que iremos voltar aos números de 2019”, admitiu.

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