O ministro da Ciência, o ministro do Mar e o Governo dos Açores destacaram esta quarta-feira o papel do Observatório do Atlântico, que vai ter rede na região autónoma, no reforço do posicionamento estratégico de Portugal.

Os governantes falavam na sede da Presidência do Governo Regional dos Açores, em Ponta Delgada, na cerimónia da assinatura do contrato para a criação do Observatório do Atlântico, que vai juntar oito instituições e terá sede num dos polos da Universidade dos Açores, na cidade da Horta, ilha do Faial.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, realçou o papel que o Observatório vai ter para “valorizar aquilo que é o posicionamento de Portugal e certamente dos Açores no contexto do Atlântico”.

Heitor destacou que, “tendo como ênfase a observação do atlântico”, aquele organismo vai conjugar “métodos tradicionais com novos métodos”, como o uso de tecnologias que conseguem observar aquele oceano “com grande resolução baseada em imagens por satélite”.

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Estamos a criar, sobretudo, um novo laboratório vivo, dando e respeitando aquilo que são as valências de várias instituições”, assinalou.

Também o ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, destacou que o observatório, juntamente com Estratégia Nacional para Mar 2021-2030, vai “fortalecer o posicionamento geopolítico e geoestratégico de Portugal”.

Serrão Santos salientou que já estão “em progresso” o lançamento de concursos para a aquisição de flutuadores argo e de radares de alta frequência.

“As oito entidades que hoje [quarta-feira] firmam o interesse para colaborarem neste projeto apostam na partilha de infraestruturas, no interesse comum para o conhecimento do atlântico, em particular o mar profundo e o mar aberto, tão necessário também para compreender e mitigar as alterações climáticas”, assinalou.

O presidente do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, enalteceu a criação do Observatório do Atlântico, uma “verdadeira rede de ciência e tecnologia”.

“O Governo de Portugal, pedagogicamente, deixa aqui uma marca que importa para o futuro: a da compreensão da integralidade territorial do país e a importância geoestratégica de todo o país”, afirmou Bolieiro.

O Observatório do Atlântico assenta numa parceria entre oito entidades: a Universidade dos Açores, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, o Instituto Hidrográfico, o Air Centre, a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental, a Associação para o Desenvolvimento e Formação do Mar dos Açores, o Fundo Regional de Ciência e Tecnologia e a Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação.

Aquele centro de observação pretende operacionalizar um sistema de informação oceanográfica, no âmbito da proteção, investigação, monitorização e exploração económica dos espaços marítimos.