Aos convidados foi-lhes feito um pedido: que não comprassem nada novo e optassem, ao invés, por um look já antes usado. A dar o exemplo, Kate Middleton chegou à passadeira verde do Earthshot Prize — prémio ambiental lançado pelos duques de Cambridge no final de 2019 — a usar um vestido Alexander McQueen com 10 anos (e a custar cerca de 5 mil euros), o mesmo que levou à cerimónia dos Bafta em 2011. Já William, herdeiro ao trono britânico, fez lembrar a estética do agente secreto James Bond ao escolher um casaco de veludo verde que também já tinha visto a luz do dia em eventos oficiais (Daniel Craig optou por um look semelhante aquando da estreia do filme “007: Sem tempo para morrer”).

A instrução foi seguida à regra pelas celebridades que marcaram presença na cerimónia no Alexandra Palace, em Londres, na noite de domingo — foi a primeira do seu género e distinguiu cinco projetos que receberam, cada um, um milhão de libras, isto é, 1,20 milhões de euros (um dos prémios foi para a Costa Rica, cujo ministério dedicado ao ambiente paga aos cidadãos para proteger florestas, plantar árvores e restaurar ecossistemas). Emma Thompson, que apresentou um dos prémios, confirmou a regra ao britânico The Times e admitiu ter ficado”aliviada” com a premissa do evento que valorizou a reutilização da roupa de cerimónia. Vai daí que, num piscar de olhos à realeza, optou pelo mesmo fato de 2018, quando foi condecorada com o título de “dama” e tentou beijar o príncipe William.

Já Emma Watson, mais conhecida pela personagem de Hermione na saga “Harry Potter”, usou um vestido de noiva invulgar e desestruturado feito a partir de 10 vestidos diferentes da Oxfam, que reúne um total de 19 organizações que atuam nos campos da pobreza, desigualdade e injustiça. Vestidos à parte, a cerimónia contou ainda com performances de Ed Sheeran e Shawn Mendes que, numa ótica ambiental, atuou à distância — nenhuma estrela viajou de avião para comparecer. Também a atuação dos Coldplay aconteceu no exterior do Alexandra Palace e usou energia alimentada por 60 ciclistas. Ao conhecido naturalista David Attenborough coube ainda a missão de falar sobre a importância do prémio e mostrou-se otimista face às  soluções encontradas para combater as alterações climáticas.

Príncipe William: os “grandes cérebros” deveriam estar a “consertar o planeta” e não à procura “do próximo lugar onde viver”

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Os grandes protagonistas não deixaram de ser, no entanto, os duques de Cambridge, com William a fazer o já esperado discurso: “As ações que escolhermos ou não escolhermos tomar nos próximos 10 anos vão determinar o futuro do planeta para os próximos mil [anos]. Se nos empenharmos nisso, nada é impossível. Quero dizer uma coisa a todos os jovens que estão a ver-nos esta noite. Durante muito tempo não fizemos o suficiente para proteger o planeta para o vosso futuro. Mas o [prémio] Earthshot é para vocês. Nos próximos dez anos vamos agir. Vamos descobrir as soluções para reparar o nosso planeta”. No final do evento, o duque anunciou que a próxima cerimónia, já no ano seguinte, será nos Estados Unidos, onde vivem Harry e Meghan Markle.

William e Kate lançam prémio ambiental para “reparar a Terra”

O Earthshot Prize é apresentado como “o mais prestigiado prémio ambiental da história” — entre 2021 e 2030, o casal real vai dar um prémio monetário a cinco “visionários” que contribuam para “responder aos grandes desafios do nosso tempo” —, sendo que a cerimónia acontece no rescaldo de uma semana marcada com comentários ambientais de William, Carlos e até da rainha Isabel II, que foi filmada a dizer que fica “irritada com quem fala mas não faz”.