Dezenas de estudantes de Coimbra manifestaram-se este domingo, na Baixa da cidade, ao assinalarem os 30 anos de luta contra a propina, exigindo que se continue o caminho para o fim da mesma.

Na cabeça da manifestação, que começou na Praça 8 de Maio, seguiam crianças de capa aos ombros, acompanhadas de estudantes, lendo-se atrás delas, numa tarja, a pergunta: “Eles também vão ter de esperar 30 anos?”.

A manifestação, convocada pela Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (AAC), procurou assinalar “as primeiras intervenções políticas” daquela estrutura contra a propina, instituída há cerca de 30 anos, ao mesmo tempo que pretende colocar o tema “na agenda pública”, numa altura em que se discute o Orçamento do Estado para 2022, afirmou à agência Lusa o presidente da AAC, João Assunção.

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“É fundamental que o Estado invista nas instituições de ensino superior, para se ter um ensino superior gratuito, de qualidade e universal”, defendeu. João Assunção congratulou-se com esforço feito nos últimos anos para descer o valor da propina, mas assegura que a luta dos estudantes será pela “abolição integral” da mesma em todos os ciclos de estudo.

Uma redução para 2022 “seria um sinal muito claro de uma matéria importante” para a AAC, frisou. Para o dirigente estudantil, “há debilidades estruturais” no Orçamento do Estado para 2022, notando que apesar de estarem previstas melhorias na ação social “é preciso mais”.

João Assunção realçou também que rejeita um confronto entre “propinas e ação social”, considerando que é possível lutar ao mesmo tempo pela abolição das propinas e por um sistema de ação social “que dignifique a vida pessoal de cada estudante com dificuldades económicas”.

“O que tem acontecido nos últimos anos, com a descida da propina e o aumento da ação social, mostra que a Associação Académica estava certa: A descida da propina não põe em causa o sistema”, realçou.