A dois dias do arranque da 26.ª Conferência sobre Mudança Climática da ONU (COP26), Greta Thunberg exigiu junto ao banco Standard Chartered, em Londres, o fim dos investimentos em combustíveis fósseis. Uma mensagem que reiterou na sua conta de Twitter: “Parem de financiar a nossa destruição.

Já em entrevista à BBC, garante que “a mudança é possível” se a pressão sobre os políticos continuar.

O protesto onde a ativista climática marcou presença fez parte de um conjunto de manifestações junto a instituições financeiras no Reino Unido, antecipando o início da cimeira do clima das Nações Unidas, em Glasgow.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Se Thunberg foi convidada para discursar na conferência, a própria responde que “não, oficialmente”. “Isto não é sobre mim. Muitas pessoas, talvez, tenham medo de convidar demasiados jovens radicais, que os façam parecer mal”, destaca ainda.

COP26. Manifestantes começam a juntar-se junto a instituições financeiras em Londres

No seguimento das representações no COP26, os países mais pobres e, ao mesmo tempo, os mais afetados pelas mudanças climáticas estão “sub-representados”, enquanto outras nações enviam “muitos e muitos” delegados, algo que “não é justo”, considera Greta. As negociações não terão sucesso se o mundo “continuar a ignorar a responsabilidade histórica” dos países industrializados para atingir as metas de carbono.

Mudar “não recai sobre uma única pessoa”, salienta, referindo-se a Joe Biden, que prometeu, em abril — durante uma cimeira sobre o clima convocada pelos Estados Unidos — descarbonizar a economia dos EUA inteiramente até 2050, cortar as emissões de gases com efeito estufa do país entre 50% e 52% até 2030 (relativamente aos níveis de 2005) e passar a liderar a luta global contra o aquecimento global. “Mas, claro, quando és o líder do país mais poderoso do mundo, tens muitas responsabilidades”, acrescenta Greta Thumberg na mesma entrevista.

A ativista pede aos EUA que vão mais longe nos objetivos, porém não esquece que o país está a expandir a infraestrutura de combustíveis fósseis. Para a jovem, é um “claro sinal” de que não estão “realmente” a tratar a crise climática como uma “emergência”.

A COP26 decorre em Glasgow, na Escócia, a partir de 31 de outubro e vai reunir chefes de Estado de todo o mundo que apresentam na conferência as suas propostas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, e travar assim o avanço do aquecimento global.