A Web Summit arranca esta segunda-feira à tarde, mas logo na terça-feira são esperados constrangimentos para a chegada ao evento. É que os trabalhadores do Metro de Lisboa fazem greve de manhã e a circulação só deverá estar normalizada depois das 10h15 (a primeira conferência do evento, que junta startups promissoras, começa às 9h00, mas o dia só arranca oficialmente às 9h45 com uma intervenção de Paddy Cosgrave). Quinta-feira espera-se um dia mais complicado: aí, uma nova paralisação do metro vai durar todo o dia. Quais as opções para os 40 mil participantes chegarem à Web Summit em dia de greve?

Carris reforça ligações

Durante as paralisações do metro, a Carris vai reforçar as seguintes carreiras:

726  no troço Pontinha Metro – Estefânia

736  nos troços Sr. Roubado – M. Pombal e Campo Grande – Cais Sodré

744  no troço Oriente – Restauradores

746 no troço Sete Rios – M. Pombal

Na terça-feira, o reforço será feito apenas na hora de ponta da manhã, até cerca das 10h30 (a partir das 10h15, estima-se que o metro já esteja a funcionar normalmente). E na quinta-feira acontecerá durante todo o dia, “com maior intensidade nas horas de ponta, da manhã e da tarde,  e com uma menor intensidade, durante o dia e no serão”, indica a empresa ao Observador.

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O Observador também questionou a CP sobre um eventual reforço das ligações com destino ao Parque das Nações, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo.

Uma carreira e um passe especiais

A Carris também vai disponibilizar uma carreira destinada apenas ao evento, a Shuttle Web Summit, que fará o percurso entre a Praça de Comércio (Cruzamento Rua da Prata com Rua da Alfândega) e a Estação do Oriente (Av. D. João II), com um intervalo médio de 22,5 minutos. A primeira viagem a partir da Praça do Comércio parte às 8h00 e a última às 20h00. No caso da Estação do Oriente, a primeira parte às 8h45 e a última às 20h45. Nestes casos, os títulos válidos são a tarifa de bordo, os títulos ocasionais e os passes válidos na rede Carris (exceto passe Carreiras de Bairro) — assim como o passe especial da Web Summit.

Este passe foi criado pela Carris, pelo Metropolitano de Lisboa e pela CP. Pode ser de um, três ou cinco dias (com o custo de 9,5; 18,50 e 25 euros, respetivamente), abrangendo as zonas de Lisboa, Sintra e Cascais. O passe inclui viagens em autocarros, ascensores, comboios, elétricos e metro. Só pode ser comprado online, tendo o participante depois de se dirigir a uma máquina de venda automática numa estação de metro para a emissão do cartão (as instruções também estão disponíveis no site).

Web Summit: Metro e Carris criam novo passe e carreira dedicada ao evento

E as plataformas de transporte? “Consideramos que a frota atual disponível é capaz de responder ao aumento da procura”, diz Bolt

Contactadas pelo Observador, nem a Uber nem a Free Now responderam se vão proceder a um eventual reforço dos motoristas ao serviço. Tenha, porém, em atenção que se esse reforço não acontecer, a tarifa dinâmica poderá fazer elevar os preços à medida que a procura for aumentando.

Já depois da publicação deste artigo, a Bolt enviou a seguinte resposta ao Observador: “Considerando a oferta atual de motoristas que cobrem a zona da Grande Lisboa, decidimos não promover o reforço de veículos durante a Web Summit, uma vez que consideramos que a frota atual disponível é capaz de responder ao aumento da procura causado pelo evento e pela greve nos serviços de metro“, disse Nuno Inácio, country manager de ride-hailing da Bolt Portugal.

A Bolt referiu ainda que está “atualmente a preparar o lançamento de uma campanha para incentivar os motoristas a ganhar mais enquanto trabalham” e que esta medida “aumentará a capacidade da operação em Lisboa”.

Segundo o Dinheiro Vivo, a Free Now (ex-Kapten) vai dar incentivos aos motoristas para responderem à subida do volume de pedidos. Para os passageiros, será aplicado um desconto de 10% em todas as viagens com destino à Web Summit, sendo que para os inscritos no evento o desconto será de 75% nas primeiras duas viagens.

No entanto, para as 14h30 de 3 de novembro, quarta-feira, está marcado um protesto de motoristas e operadores de TVDE, no Parque das Nações, com o objetivo de chamar a atenção para os problemas do setor, o que poderá fazer diminuir o número de automóveis disponíveis nessa altura.

Três anos de “lei Uber” com perto de 32 mil motoristas e alguns problemas no setor

Bicicletas ou trotinetas são sempre uma opção. Parque das Nações com trânsito condicionado

Numa conferência de imprensa realizada na semana passada, a PSP informou que a zona do Parque das Nações, onde decorre a Web Summit, será delimitada. A partir de 1 de novembro, segunda-feira, será cortado o trânsito na Alameda dos Oceanos, junto à FIL, entre o Pavilhão de Portugal e a rotunda dos Vice-Reis (sentido sul-norte); na Rua do Bojador, troço entre a Rotunda da Lágrima (Altice Arena) e a Feira Internacional de Lisboa (troço nascente-poente); e na Avenida do Atlântico, entre a Feira Internacional de Lisboa e a Praça Sony.

A Rua do Bojador entre a Av. da Boa Esperança e o Altice Arena, assim como a Avenida da Boa Esperança entre a rotunda dos Vice-Reis e o Hotel Myriad vão estar “fortemente condicionadas”.

Web Summit. PSP anuncia “forte dispositivo” e delimitação da zona do Parque das Nações

“Em toda a zona envolvente do Parque das Nações existirá um dispositivo policial de controlo e de desembaraço de trânsito”, disse o comissário Bruno Pereira. Portanto, se levar o carro pessoal, tenha em atenção estas restrições. Outras opções serão sempre bicicletas ou trotinetas. Aliás, a PSP anunciou que serão criadas, no Parque das Nações, bolsas de estacionamento para táxis, TVDE e bicicletas e trotinetas.

*Artigo atualizado às 21h25 com resposta da Bolt.