A polícia de Houston pediu a Travis Scott e aos restantes organizadores do Festival Astroworld — que vitimaram oito pessoas — que parassem o espetáculo no momento em que foi necessário assistir pelo menos uma pessoa com manobras de reanimação, revelou Troy Finner, chefe da polícia.

“O Departamento de Polícia de Houston disse ao pessoal responsável pelo evento para acabarem com o espetáculo”, disse Finner via Twitter após uma conferência de imprensa sobre o tema e o papel da polícia no evento. Uma das questões que continua sem resposta é  o intervalo de tempo entre este pedido das autoridades e o momento efetivo em que o espetáculo parou. O DailyMail avança que o rapper continuou o concerto por pelo menos mais 38 minutos.

Finner rejeita, para já, “discutir qualquer cronologia” sobre a resposta policial ao sucedido, explicando que as investigações ainda estão num estado muito precoce, e que “levará semanas, possivelmente meses” a concluir a investigação sobre a multidão esmagada.

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Finner afirmou que a “autoridade final para terminar um espetáculo [seria] a produção e o artista, e isso deveria ser feito através da comunicação com os funcionários de segurança”, referiu, citado pela CNN. “Não somos nós que desligamos a ficha”

Troy Finner disse ter-se reunido apenas duas vezes com o rapper Travis Scott, uma delas antes do concerto, esclarecendo que quando isso aconteceu “não tinha razões para acreditar que não ia ser seguro”. Questionado sobre licenças e autorizações para eventos futuros organizados por Travis Scott — o Astroworld foi criado pelo rapper em 2018 — o chefe da polícia afirmou não fazer parte desse processo.

“Espero que os indivíduos que estão a tomar essa decisão… considerem tudo isto. Temos oito pessoas mortas e duas no hospital, em estado muito crítico”, disse. Na quarta-feira, uma estudante de 22 anos entrou em morte cerebral depois de ter sido esmagada durante o concerto.

Estudante de 22 anos esmagada pela multidão no concerto de Travis Scott está em morte cerebral

Os desenvolvimentos mais recentes dão também conta de vídeos — obtidos pelo TMZ — onde alguns membros da polícia são vistos a filmar o concerto cerca de 20 minutos depois de o evento ter sido declarado um incidente em massa com vítimas.

À CNN, um advogado de Houston revelou que “apresentou 68 processos por vítimas feridas” e que tencionava apresentar “provavelmente até 100″ nos próximos dias, sendo os visados o próprio Travis Scott, a promotora Live Nation, o rapper Drake, e até o recinto NRG Park onde decorreu o festival teve lugar.

Os advogados de Travis Scott afirmam haver um plano operacional para acabar com um evento como este e afirmam que apenas o diretor do festival e os produtores executivos têm autoridade para parar o espetáculo, e que “nenhum deles faz parte da equipa de Travis”.

“As investigações têm de começar a acusar pessoas para que juntos possamos identificar exatamente o que aconteceu e como podemos evitar que algo como isto volte a acontecer”, referiram os advogados, citados pela Billboard.