A Portugal Smart Cities Summit já começou e vai explorar os temas da transformação digital e da sustentabilidade, entre muitos outros aspetos ligados à gestão e planeamento do território, até ao próximo dia 18, na FIL, em Lisboa.

Numa manhã especialmente dedicada às autarquias, destacamos o painel dedicado à Economia Digital, que contou com as intervenções de Rui Barreto, Secretário Regional da Economia no Governo Regional da Madeira, Fernando Reino da Costa, CEO & Managing Partner na Unipartner e Gonçalo Hall, que participou no debate através de videochamada.

No debate moderado por Tiago Ribeiro, Diretor de Desenvolvimento de Negócio da NOS, foi apresentado o projeto de dinamização de comunidades nómadas digitais, a partir do exemplo madeirense. Tudo começou à volta de “um frapê com minis e 10 minutos de conversa”, explica Rui Barreto, que promoveu o encontro entre Gonçalo Hall e o Presidente do Governo Regional para apresentar o projeto Remote Work Movement.

Foi a partir daquela reunião que começaram a ser traçadas as linhas de orientação do programa que já conta com mais de nove mil inscritos, entre estudantes e profissionais de diversos quadrantes que podem desenvolver o seu trabalho de forma remota. Os atrativos naturais e a atmosfera cosmopolita da Madeira são ingredientes essenciais, mas é a disponibilidade da tecnologia que garante a eficácia do trabalho remoto.

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Outro aspeto fundamental é o da aposta em ofertas de serviços que respondam às necessidades dos nómadas digitais, além da questão básica das tecnologias de acesso à internet. É preciso integrar também os alojamentos, as lojas de conveniência e até os restaurantes, com opções para pessoas vegetarianas porque, como referiu Gonçalo Hall, “30 a 40% das pessoas nestas comunidades são vegetarianas.” Além disso, também é necessário promover atividades e organizar eventos que garantam a interação e o espírito de equipa para criar um verdadeiro ecossistema de empreendedorismo.

Antes teve lugar o painel das autarquias, onde marcaram presença os presidentes das câmaras municipais de Aveiro, Coimbra, Cascais e Seixal. Em linhas gerais, os autarcas levantaram algumas questões sobre a aplicação dos fundos do PRR, concordando no ponto em que o financiamento dos municípios por parte do Governo precisa de ser agilizado e facilitado.

Ribau Esteves chamou a atenção para o facto de estar em debate público, ao longo dos próximos 15 dias, um pacote de financiamento público no valor de 23 mil milhões de euros, apelando ao estabelecimento de prioridades com inteligência.

Cidades inteligentes e Coimbra ficam sempre bem na mesma frase, porque a mais antiga universidade do país tem sido um polo de criação de startups com resultados práticos muito relevantes. José Manuel Silva, recém-eleito, salientou a urgência em debater as razões que nos levam a manter um ritmo de crescimento económico tão lento, apesar dos fundos e programas de apoio. O autarca manifestou assim o seu receio perante o PRR, como “chuva de milhões que pode não ser aplicada devidamente, sem criar o impulso para o futuro.”

O segundo painel da manhã debruçou-se sobre os temas da digitalização sustentável e o papel da Administração Pública, central e local, na simplificação de processos. Pelo meio, foi ainda apresentado o Prémio Almeida Henriques,instituído para distinguir o município que, anualmente, mais se destacar na adoção de tecnologias de smart cities. Este prémio é também uma forma de homenagear a obra do autarca de Viseu e dirigente da Associação Nacional de Municípios Portugueses.

No encerramento da sessão da manhã, a Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública destacou o 3º lugar ocupado por Portugal no benchmark de  digitalização de serviços online. Alexandra Leitão congratulou-se com o trabalho desenvolvido pela rede de Espaços Cidadão, com apoio das Juntas de Freguesia, onde todos os cidadãos, sem exceção, podem receber ajuda que necessitarem para aceder aos serviços digitais.

Ao ritmo das cidades inteligentes, a Portugal Smart Cities Summit é a cimeira que não pode perder.

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