A Business Roundtable Portugal (BRP) foi constituída em junho por um grupo de 42 empresas privadas.
Presidida por Vasco de Mello, do grupo José de Mello, tem Cláudia Azevedo, da Sonae, e António Rios de Amorim, da Corticeira Amorim, como vice-presidentes. São 42 grandes empresários à volta da mesa para fazer o país crescer.
Na altura da apresentação, as 42 empresas tinham registado, em 2020, receitas de 82 mil milhões de euros, sendo mais de 45 mil milhões obtidas fora de Portugal. Empregavam 382 mil trabalhadores, assumindo que pagam um salário médio duas vezes acima do salário médio pago pelo setor privado.
O objetivo da associação — que garante não ser uma corporação patronal, no sentido de querer sentar-se na concertação social — é identificar as áreas e propor medidas para que o país possa crescer muito mais do que o crescimento registado nos últimos 20 anos, para regressar ao top 15 dos países europeus em riqueza per capita, assumiu, então, a associação.
Foram identificados três grandes temas — pessoas, empresas e Estado — que serão trabalhados por vários grupos de trabalho, estudando subtemas como a qualificação e requalificação; formação profissionais; atração e retenção de talento; escala das empresas; crescimento empresarial; internacionalização; Justiça; burocracias e licenciamento; regulação e fiscalidade.
Estes grupos farão o diagnóstico, identificando os constrangimentos, e serão propostas medidas nestas temáticas. Nestes grupos estão a trabalhar cerca de 170 pessoas.
O objetivo é que comecem a ser reveladas propostas em fevereiro, já depois das eleições, apurou o Observador. Assumindo-se apartidária, a associação teve esta segunda-feira, 22 de novembro, a segunda reunião plenária e assembleia-geral. Nesse dia teve a presença do primeiro-ministro, António Costa, que esteve a ouvir alguns dos diagnósticos, ainda que não estejam os trabalhos concluídos. O Governo é, para a associação, um interlocutor relevante. Fonte da associação referiu, num encontro com jornalistas, que a conversa com o primeiro-ministro foi “franca e aberta”, mas assume que houve concordância em alguns pontos, mas discordância noutros.
A BRP acrescenta que pretende trabalhar temas que sejam transversais aos setores. E diz estar aberta a partilhar opiniões com mais elementos da sociedade civil e organizações e líderes partidários nomeadamente os designados do arco da governação.