Apenas as famílias monoparentais que recebem a majoração do abono para família monoparental vão poder receber o salário na totalidade na semana de 2 a 9 de janeiro do próximo ano se deixarem de trabalhar para tomar conta dos filhos. Com a reativação do “apoio à família” pelo adiamento do regresso às aulas, deixa de ser possível para os restantes pais alternar entre si o cuidado dos filhos, logo, receber o apoio o 100%, esclareceu fonte oficial do Ministério do Trabalho ao Observador. Para grande parte dos pais, o salário relativo àquela semana é, assim, cortado em um terço.

Esta quinta-feira, o primeiro-ministro anunciou após o Conselho de Ministros que o regresso às aulas em janeiro será adiado de dia 3 para dia 10 de forma a conter a pandemia após as festas de Natal e Ano Novo. Pouco depois, a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, anunciou que o apoio à família seria reativado naquele período nos mesmos moldes que anteriormente.

Apoio aos pais será reativado em janeiro pelo adiamento do regresso às aulas

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Que moldes foram esses? No início deste ano, o Governo fechou as escolas e reativou o apoio à família que já tinha implementado no primeiro confinamento para pais com filhos até aos 12 anos. Porém, fez algumas alterações. Se antes o apoio não podia ser pago a quem podia exercer atividade em teletrabalho, a 23 de fevereiro os pais passaram a poder escolher o apoio em vez do teletrabalho em três situações: se tivessem filhos até ao quarto ano de escolaridade inclusive (um patamar que subiu para os 11 anos com uma alteração posterior feita no Parlamento); família monoparental (e durante o período da guarda do menor); e famílias que têm a cargo, pelo menos, um dependente com deficiência, com incapacidade comprovada igual ou superior a 60%, independentemente da idade.

Nestes casos o apoio é pago a 66% da remuneração base, com um mínimo de 705 euros (o salário mínimo em 2022) e até 2.115 euros (três salários mínimos), pago em partes iguais pelo empregador e pela Segurança Social. Estas regras mantêm-se na reativação de janeiro.

Mas se no início deste ano, alguns pais podiam receber o apoio a 100% do salário base, essa opção estará em janeiro mais limitada. Apenas podem receber a totalidade do ordenado as famílias monoparentais que recebem a majoração do abono de família. Perdem esta opção as famílias em que os progenitores assumem alternadamente os cuidados, ao contrário do que aconteceu este ano. É que, segundo explicou fonte oficial do Ministério do Trabalho ao Observador, o decreto-lei que alargou o apoio em fevereiro estabelecia que o pagamento era a 100% se os progenitores alternassem o cuidado dos filhos “semanalmente“. Como o apoio será reativado apenas durante uma semana (2 a 9 de janeiro) estes pais não podem alternar nem receber a 100%, disse a mesma fonte.

Bares e discotecas vão poder aceder ao lay-off simplificado

O Governo determinou que os bares e as discotecas vão ter de encerrar de 2 a 9 de janeiro. Segundo disse fonte oficial do Ministério do Trabalho ao Observador, isto significa que vão voltar a ter acesso ao lay-off simplificado, que lhes permite reduzir os horários de trabalho ou suspender contratos e receber uma ajuda para pagarem salários.

O lay-off simplificado é mais flexível do que o apoio à retoma porque não faz depender a proporção de corte nos horários dos limites de quebra de faturação. Neste regime os trabalhadores vão receber 100% da remuneração normal líquida, com limite máximo de 2.115 euros.