Os bancos estão a emprestar mais dinheiro às empresas do que no ano passado, mas a um ritmo menor. De acordo com dados do Banco de Portugal, em outubro de 2021 o montante total de empréstimos concedidos pelos bancos às empresas atingiu os 76 mil milhões de euros – o que representa um aumento de 4,9% quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Em setembro, tinha crescido 5,1% – foi o sexto mês consecutivo em que o ritmo de crescimento diminuiu.

Segundo o estudo “As relações entre as empresas e os bancos: a escolha entre uma relação exclusiva e o relacionamento com vários bancos” de Luísa Farinha, publicado pelo Banco de Portugal, “as empresas procuram beneficiar das vantagens de uma relação exclusiva e duradoura com um banco” no que diz respeito ao crédito bancário. No entanto, esta relação não se esgota aqui. Tal como refere Rafael José Correia Escarameia no relatório “O papel da relação banco-empresa e da informação informal na decisão de concessão de crédito a pequenas e médias empresas portuguesas” da Faculdade de Economia do Porto, “a concessão de crédito é apenas uma parte desta relação, a qual assenta numa vasta amplitude de produtos e serviços, não necessariamente creditícios (de la Torre et al., 2010; Degryse e van Cayseele, 2000)”.  Desta forma, refere o autor, “a relação banco-empresa pode assim ser definida como a provisão de serviços financeiros por parte de um banco, o qual investe na obtenção e na avaliação de informação específica (e, frequentemente, privada) da empresa através de múltiplas interações com esta ao longo do tempo e através de vários produtos e serviços (Boot, 2000)”.

E a verdade é que a relação banco-empresa tem vindo a mudar com o passar dos anos e com a evolução da tecnologia. Apesar da pandemia de Covid-19 em Portugal ter provocado a maior queda de sempre na economia portuguesa desde que há registos (o PIB caiu 7,6% em 2020), pelo menos numa área trouxe vantagens: na transformação digital.

Arlindo Oliveira, professor do Instituto Superior Técnico e diretor do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Investigação e Desenvolvimento em Lisboa (INESC), garante que “a transformação digital a que já estávamos a assistir foi acelerada pelo aparecimento da pandemia, trazendo consigo um conjunto de novos desafios e oportunidades”. No estudo “A pandemia e a transformação digital”, Arlindo Oliveira assegura que “a mudança para o mundo digital não afetou só as empresas e a nossa vida profissional. Alterou também a maneira como as pessoas adquirem produtos e serviços e criou profundas mudanças nas relações pessoais e familiares”.

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A banca portuguesa também tem vindo a apostar na digitalização. No entanto, de acordo com um estudo da Tink, uma plataforma de open banking, o setor precisa de aumentar os esforços: 73% dos executivos financeiros portugueses ainda afirmam que os bancos precisam de aumentar a velocidade da inovação – valor que compara com 65% da média europeia. Em contrapartida, segundo este estudo, em Portugal tem havido maior preocupação em melhorar os serviços digitais da banca: 50% dos inquiridos acreditam que há um “foco cada vez maior na recuperação da rentabilidade por via da automação e a simplificação de processos de negócio”.

Para Jorge da Costa, CEO da Global International Relocation, o digital “veio tornar a relação mais próxima”, sobretudo “ao nível da comunicação”. O CEO afirma que sempre teve “uma excelente relação comercial com o Santander” e os canais digitais vieram “ajudar a ter a informação de forma mais rápida e precisa”. Apesar de privilegiar “a relação pessoal com o gestor de conta”, admite que a utilização das ferramentas digitais permite “poupar tempo” e ser “mais eficiente”.

Como encara a Global International Relocation os canais digitais?

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Como é que a Global International Relocation se relaciona com o Santander?

Muito bem. Temos uma excelente relação comercial com o Santander.

O digital veio alterar esta relação? De que forma?

O digital veio cimentar uma relação que já era próxima, sobretudo a nível de comunicação. A relação pessoal com o gestor está sempre acima das outras, mas o digital veio ajudar a ter informação mais rápida e precisa. O digital poupa tempo e torna-se mais eficiente.

Que tipo de ferramentas utiliza na relação com o Santander?

O meu diretor financeiro é quem usa mais estas ferramentas digitais. Mas eu também utilizo todos os canais digitais, especialmente o homebanking. Utilizo todos os dias. Faço consultas e tenho algumas aplicações financeiras que utilizo por causa dos mercados financeiros.

O digital permite diluir fronteiras e comunicar com o Santander independentemente da localização geográfica onde estiver?

O digital veio diluir as fronteiras, ajuda a ter acesso e a acompanhar, em tempo real, todas as operações e movimentos em qualquer parte do mundo.

O digital veio tornar as relações mais impessoais ou é possível mantê-las igualmente próximas?

O digital é mais impessoal, mas precisamos de ter a informação ao minuto e isso ajuda imenso. A relação pessoal é muito mais próxima e conseguimos resolver situações que o digital ainda não consegue. A relação pessoal está sempre acima. Os sentimentos são os sentimentos e isso os computadores nunca vão ter.

A pandemia foi uma oportunidade para repensar a ligação da Global International Relocation com o Santander?

Já tinha essa relação digital antes da pandemia. A pandemia não mudou essa relação.

A pandemia veio acelerar a transformação digital da Global International Relocation, nomeadamente, na relação com o Santander, ou era uma tendência que já existia?

A pandemia veio, obviamente, acelerar a transformação digital. Tivemos que nos adaptar às circunstâncias e na minha atividade – estou diretamente relacionado com a atividade de todos os expatriados – isto teve um impacto enorme. Tivemos que nos reinventar, inovar todo o negócio. O corporate era o nosso core business. As empresas resolveram suspender todos os movimentos e, assim, fomos ao encontro dos privados e abrimos outras áreas de negócio como o transporte dos animais de estimação. Dentro das crises, há sempre oportunidades e há que aproveitar.

O Santander tem uma série de ferramentas digitais à disposição das empresas. Uma das quais é o NetBanco Empresas, uma “ferramenta online de consulta e gestão das contas da empresa”, que permite “realizar operações bancárias com diferentes níveis de acesso e de autorização”. Segundo o site do banco, o NetBanco Empresas permite “aceder às contas da empresa em qualquer momento”, assim como, agregar contas de outro banco, aceder a crédito, entre outros serviços. Com esta ferramenta digital é possível “poupar tempo”, evitando deslocações ao balcão ou ao Multibanco. O banco garante ainda que é uma opção segura, uma vez que “tem um sistema de proteção e controlo de delegações e autorizações”.

A app Santander Empresas permite ainda “mais mobilidade”. De acordo com o banco, através da aplicação disponível para Android e Iphone, é possível “realizar operações essenciais a um custo reduzido”, autorizar operações, verificar pagamentos e “fazer a gestão online da empresa com segurança”.

Jorge da Costa, CEO da Global International Relocation, assegura que utiliza “todos os canais digitais”, em particular, o homebanking: “Utilizo todos os dias. Faço consultas [de movimentos e saldo] e tenho algumas aplicações financeiras que utilizo por causa dos mercados financeiros.” O facto de ser presidente-executivo de uma empresa de mudanças faz com que precise de viajar com frequência e – também por isso – o digital é uma mais-valia: “O digital veio diluir as fronteiras. Ajuda a ter acesso e a acompanhar, em tempo real, todas as operações e movimentos em qualquer parte do mundo”, afirma.

Jorge da Costa também considera que a pandemia “veio, obviamente, acelerar a transformação digital”, inclusivamente, na sua empresa: “Estou diretamente relacionado com a atividade de todos os expatriados e, na minha atividade, isto teve um impacto enorme. Tivemos que nos reinventar e inovar em todo o negócio. O corporate era o nosso core business. As empresas resolveram suspender todos os movimentos e tivemos que ir ao encontro dos privados. Abrimos outras áreas de negócio como o transporte dos animais de estimação”.

No que diz respeito à interação com o banco, o CEO da Global International Relocation assegura que “a relação com o Santander já era digital” e “a pandemia não mudou isso”.

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