É o Presidente da República quem vai assumir o controlo das celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, deliberou o Conselho de Ministros esta quinta-feira. Isto porque, segundo a CNN Portugal, a relação entre o ex-Presidente Ramalho Eanes e o capitão de Abril Vasco Lourenço foi-se tornando tensa com o tempo. Ambos presidiam uma parte da estrutura de missão, a comissão nacional e o conselho geral, respetivamente.
Além das divergências com Vasco Lourenço, Ramalho Eanes terá invocado motivos pessoais para não liderar as celebrações, ficando, ainda assim, no comité presidido por Marcelo Rebelo de Sousa, avança o mesmo jornal. Já o conselho geral foi dissolvido.
Os primeiros sinais de que a organização não estaria a ser fácil vieram à tona de forma subtil a 22 de novembro. Na sessão de encerramento da conferência sobre “O futuro do trabalho visto pelos jovens”, que decorreu no ISCTE, nos últimos dois minutos do seu discurso, o Presidente da República falou em “introduzir algumas mudanças”. “A começar pela mudança de mentalidades, que é o mais difícil”, vincou ainda. Uma posição, nota a CNN Portugal, entendida apenas por quem estivesse a par do contexto.
Reiterando que é preciso mudar “a cabeça de pessoas que estão habituadas a pensar como há 40, 30 ou há 20 anos”, Marcelo finalizou a intervenção com uma frase lapidar: “A melhor forma de celebrar o 25 de Abril e a democracia (…) é falar do futuro e não falar do passado”.