A experiência imersiva audiovisual do Pavilhão de Portugal na Expo Dubai, fruto de um investimento de cerca de dois milhões de euros, atrai visitantes contando a história do “mundo num país”, escrita com elementos tradicionais para mostrar no Médio Oriente.
A responsabilidade de fazer “sentir Portugal” na Expo Dubai, através de uma experiência audiovisual imersiva, foi entregue à empresa portuense GEMA, que ganhou o concurso da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) para desenvolver os conteúdos expositivos para 1.800 metros quadrados (m2) do Pavilhão de Portugal, sob o mote “o mundo num país”.
Conforme explicou à Lusa o diretor comercial da GEMA, Francisco Portal, a empresa, que começou por fazer ativações de marca, por exemplo, em festivais de música, destacou uma equipa de cerca de 60 pessoas para desenvolver este projeto de envergadura mundial.
Nós apresentámos a nossa visão para o pavilhão e, dentro do que já existia do concurso público, havia um tema que nos foi dado que é ‘o mundo num país’, e depois, a partir daí nós debruçámo-nos e trabalhámos com a nossa equipa especializada de guionistas e foi concebido um guião que foi aprovado pela AICEP”, começou por esclarecer o responsável.
Assim, com um investimento de cerca de dois milhões de euros, a empresa ficou responsável por criar conteúdos audiovisuais para as paredes e teto do pavilhão, numa história que, segundo contou Francisco Portal, começa pela construção do azulejo, um elemento que une a cultura árabe à portuguesa.
“[A experiência 360º] tem como fio condutor os azulejos, que são uma das referências da cultura árabe em Portugal, e a narrativa começa com a construção de um painel de azulejos de 360 [graus]”, explicou o responsável.
Quando o painel de azulejos fica concluído, prosseguiu, começa a ‘viagem a Portugal’, que funciona como um cartão de visita do país na Expo Dubai.
Segundo Francisco Portal, o ‘feedback’ que têm recebido é “excelente” e a empresa já tem sido contactada com pedidos de orçamento e para parcerias.
“O ‘feedback’ que nós temos tido das pessoas que visitam os pavilhões é que o nosso tem sido realmente um dos melhores, pela espetacularidade, pela emoção, pela transmissão de valores e pelo interesse que as pessoas têm tido em visitar Portugal”, congratulou-se Francisco Portal.
Isto é um trabalho de grande responsabilidade, porque estava nas nossas mãos mostrar Portugal ao mundo, ou seja, o mundo num país, mas traduzir isso em imagens, em conceitos, em experiências e algo que realmente ficasse na memória das pessoas”, acrescentou.
A operação envolveu 15 toneladas de material transportado para o Dubai, 40 pessoas a trabalhar remotamente para produção dos conteúdos e 20 pessoas a trabalhar nas altas temperaturas daquele Emirado, para produção e instalação da cenografia e equipamento audiovisual.
Segundo o diretor comercial da GEMA, além das altas temperaturas, os principais desafios que tiveram de ultrapassar foram o escasso tempo de que dispuseram para desenvolver o projeto e o navio encalhado no Canal do Suez (importante canal de passagem de mercadorias por via marítima), no Egito, que obrigou a alterações logísticas devido aos atrasos de vários meses que provocou.
A Expo Dubai deveria ter decorrido em 2020, mas foi adiada para entre 1 de outubro de 2021 e 31 de março de 2022, devido à pandemia de Covid-19.