No ténis, no desporto em geral, as coisas mudam de um momento para o outro muito rapidamente. Uma lesão, um mau resultado, uma quebra mental. E se em 2017 o britânico Andy Murray entrou no Open da Austrália como primeiro cabeça de série, este ano precisou de um wildcard (convite) para ir ao torneio. Mas cinco anos depois, surge nova vitória, a noite passada, frente ao tenista da Geórgia Nikoloz Basilashvili, 21.º cabeça de série, pelos parciais de 6-1, 3-6, 6-4, 6-7 (5-7) e 6-4. Agora, segue-se o japonês Taro Daniel, que veio do qualifier.

Na altura em que a notícia do wildcard surgiu era número 134 do mundo, agora, na atualização do ranking feita na passada segunda-feira, passou a ocupar o 113.º posto de uma lista que já liderou.O tenista de 34 anos, cinco vezes derrotado na final do major australiano, venceu o Comeback Player of the Year (regresso do ano, traduzindo de forma livre), nos prémios ATP de 2021. E com motivos para tal. É que em 2019, após uma derrota com o espanhol Roberto Bautista Agut no Open da Austrália, disse entre algumas lágrimas que poderia abandonar a competição devido a uma lesão na anca que o atormentava desde 2017.

Nesse mesmo ano de 2017, quando foi top seed, chegou à quarta ronda do torneio e foi derrotado por Mischa Zverev. O que significa que desde essa edição do torneio que não vencia no Grand Slam da Austrália.

É fantástico. Têm sido três ou quatro anos muito duros e trabalhei muito para chegar aqui. Joguei muitas vezes neste court [John Cain Arena] e a atmosfera sempre foi incrível. Foi onde pensei que poderia ter jogado o meu último encontro e ganhar uma batalha de cinco sets assim, não poderia ter pedido mais” referiu segundo a BBC, que recorda ainda que na altura a lesão que atormentava Murray só tinha como solução uma intervenção cirúrgica da qual nunca nenhum tenista regressou ao court para jogar singulares. O escocês fê-lo nesse mesmo ano.

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Depois de em 2020 uma lesão o ter tirado do Open da Austrália e no ano passado ter testado positivo ao coronavírus, o regresso de Andy Murray é, até agora, de sonho, mesmo que com expetativas, por parte do público pelo menos, diferentes das que existiam em 2017. Muito recentemente, o britânico foi derrotado no Torneio de Sidney na final pelo russo Aslan Karatsev.

Andy Murray desperdiça sete ‘match points’ e ‘tomba’ em Paris

Para o major, Murray quer “continuar a melhorar porque há coisas em que é possível melhorar”. “Gostava de ir longe no torneio, algo que ainda não consegui desde que regressei de lesão. Espero fazê-lo neste torneio“, afirmou antes do Open.

O relógio (milionário) de Nadal e a “brincadeira” que deu ponto de Kyrgios

Além das boas notícias de Murray, o Open da Austrália tem mais para contar. Sem Djokovic, Rafa Nadal é o único a poder destacar-se com 21 vitórias nos torneios do Grand Slam (visto Federer estar lesionado) e tornar-se em termos estatísticos, pelo menos, o melhor de sempre. Esta noite, o espanhol arrancou com uma clara vitória sobre Marcos Giron, por 6-1, 6-4 e 6-2.

Em Espanha os jornais e o público regozijam com cada ponto do maiorquino, com o Sport a destacar também esta terça-feira o… relógio do atleta de 35 anos. É que segundo o jornal catalão, este custa cerca de 187 mil euros, junta-se à extensa coleção de Nadal, que tem paixão pelo acessório, e assegura uma superstição: estrear um relógio nos torneios.

Nick Kyrgios fez das suas. O enfant terrible australiano, que venceu Liam Brody, deixou os presentes em êxtase depois de conseguir fazer ponto num serviço por baixo e entre as pernas. Um grande momento.