O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa está a investigar a atribuição de nacionalidade portuguesa ao russo Roman Abramovich, por ordem da Procuradoria-Geral da República (PGR), que decretou a abertura de um inquérito.
A notícia é avançada pela Rádio Renascença, que já a 12 de janeiro tinha dado conta de que o Instituto de Registos e Notariado (IRN) também estava a investigar a atribuição de nacionalidade ao dono do Chelsea FC. Abramovich naturalizou-se português em abril de 2021, como noticiou o jornal Público. Terá apresentado provas de que tem ascendência sefardita.
O ministério da Justiça já tinha afirmado à Renascença que a ideia do inquérito do IRN era apurar se existiu algum tipo de irregularidade na concessão da nacionalidade a Abramovich.
A Comunidade Judaica do Porto, que avaliou o pedido de nacionalidade, já reagiu à abertura de ambos os inquéritos, que considerou “positivos”. Daniel Litvak, chefe-rabino da comunidade, afirma que espera que assim se possa “deitar por terra teorias infundadas” e confirmar-se “que se trata de um processo de nacionalidade cumpridor dos requisitos legais”. Litvak acrescenta ainda que a Conservatória dos Registos Centrais de Lisboa tem “a documentação integral do processo de certificação”.
Abramovich decidiu desistir do pedido de renovação do seu visto britânico, depois de um atraso na decisão que coincidiu com o arrefecimento das relações entre Londres e Moscovo na sequência do envenenamento do ex-espião Sergei Skripal em solo britânico. O milionário russo decidiu nesse ano candidatar-se à cidadania israelita, que obteve devido à sua ascendência judaica.