O primeiro ano de Miguel Oliveira na equipa de fábrica da KTM foi como um carrossel entre os resultados mais modestos numa fase de adaptação em março e abril, um momento de grande afirmação entre maio e junho e um período de dificuldades entre uma lesão devido a queda e um menor rendimento da moto em treinos livres e corrida. Contas feitas, o português conseguiu em 2021 mais pódios e melhores qualificações mas terminou com menos pontos e em pior posição comparando com o que fizera no último ano de Tech3, em 2020. Agora, o objetivo é claro: aprender com tudo o que se passou e somar mais resultados.

“No ano passado demos um grande passo em frente em quatro corridas, fui ao pódio três vezes e isso foi muito bom. Mas depois, com a lesão que sofri na segunda parte da época, as corridas tornaram-se muito difíceis e foi, definitivamente, uma fase de aprendizagem para mim”, explicou o piloto português no dia da apresentação oficial da nova moto para 2022, numa equipa que continuará a ter o sul-africano na KTM mas que promove as subidas de Remy Gardner e Raúl Fernández à Tech3, nos lugares de Danilo Petrucci (que entretanto arriscou participar no Dakar e até ganhou uma etapa) e Iker Lecuona. O espanhol Dani Pedrosa, uma peça chave na afinação das motos, e o finlandês Mika Kallio serão os pilotos de testes.

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Tudo está relacionado com o homem e a sua máquina. Conheço cada detalhe do conjunto. É uma espécie de perfeição”, salientou o piloto de Almada, que mantém o número 88 da KTM.

“Faltou-me consistência e obviamente esta época quero melhorar isso”, adiantou ainda Miguel Oliveira, numa análise a 2021 projetando já o próximo Mundial. “Nunca é fácil ir ao limite e ao mesmo tempo pensar em acabar a corrida. Diria que se tivesse sido capaz de somar pontos em todas as provas, no final do campeonato o resultado poderia ter sido diferente. Por isso, agora quero tirar o máximo partido do meu potencial, da moto e de toda a equipa, de modo a transformar isso em resultados”, frisou.

Já Pit Beirer, diretor da KTM, projetou uma época de crescimento para a equipa com uma ideia de maior peso nesse percurso: consistência. “A meta agora é sermos consistentes todos os fins de semana, entrar no top 5 e lutar pelo pódio na classificação final do campeonato. Sei que a fasquia está alta porque os outros fabricantes também têm ambições mas nós estamos fortes: temos a equipa, a base, a moto e os pilotos”, destacou, num ano em que o conjunto austríaco decidiu fazer uma alteração na sua estrutura depois dos problemas na última época com a contratação de Francesco Guidotti para diretor desportivo.

O Mundial de 2022 terá 21 corridas (em 2021, ainda devido a problemas com a pandemia, foram feitas apenas 18 provas) ao longo de oito meses, que arrancam em Losail com o Grande Prémio de Qatar, a 6 de março, e terminam em Espanha com o Grande Prémio da Comunidade Valenciana, a 6 de novembro. O Grande Prémio de Portugal, no Autódromo Internacional do Algarve, está marcado para 24 de abril, naquela que será a primeira paragem do MotoGP na Europa depois do início na Ásia e no continente americano. Entre abril e meio de setembro, serão feitas 12 corridas consecutivas na Europa.