O ex-líder guerrilheiro sandinista e atual opositor do Presidente Daniel Ortega, Hugo Torres, morreu este sábado aos 73 anos, oito meses depois de ter sido detido pelas autoridades da Nicarágua, anunciou a sua família.

“Comunicamos com profunda dor a morte do nosso amado pai”, adiantou a família num comunicado divulgado pelo movimento Unidade Azul e Branco (UNAB), do qual Hugo Torres era membro.

Ainda segundo os familiares, que não adiantaram mais informações sobre as circunstâncias e as causas da morte, o antigo guerrilheiro tinha sido transferido em dezembro da prisão de El Chipote para ser hospitalizado.

Hugo Torres foi vice-presidente do partido da oposição União Democrática Renovadora (Unamos), que surgiu em 1995 de uma corrente do partido sandinista agora no poder, em desacordo com Daniel Ortega.

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Foi ainda um dos principais protagonistas da luta contra a ditadura de Anastacio Somoza e liderou uma ação de guerrilha para libertar prisioneiros, incluindo o próprio Daniel Ortega.

General na reserva, Torres foi preso no âmbito das detenções realizadas em 2021 de 46 opositores ao regime.

Estas prisões foram ordenadas alguns meses antes das eleições de novembro, que permitiram a Daniel Ortega ser eleito para um quarto mandato consecutivo, sem nenhum oponente significativo.

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Segundo a ex-guerrilheira sandinista e opositora do Governo no exílio Monica Baltodano, o general Hugo Torres morreu sob custódia hospitalar.

“Lamentamos profundamente a morte de um herói das lutas contra as ditaduras que dominaram a Nicarágua, a ditadura de Somoza e agora a de Ortega, que é uma ditadura brutal e criminosa”, disse Baltodano ao canal de televisão 100 Noticias, a partir do exílio.

A Frente Sandinista no poder e os seus aliados controlam o Congresso da Nicarágua e todas as instituições governamentais e acusam os líderes da oposição presos de “conspiração para minar a integridade nacional”.