O Observatório da Pessoa Idosa, que está a ser implementado nas estruturas residenciais de Vila Nova de Gaia, quer diminuir as quedas e hospitalizações através de um programa de exercício físico adaptado, disse esta segunda-feira à Lusa um dos responsáveis.
Este projeto, do Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL) da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, tenciona ainda desmitificar a ideia de que a prática de exercício físico é contraindicada na população mais idosa e fragilizada, afirmou Duarte Barros, um dos investigadores.
Destinando-se à população com mais de 65 anos, residente em lar, este projeto tem “claros benefícios” para os utentes e para as instituições porque previne o estado de fragilidade, acautelando a prevenção de quedas, incapacidade, hospitalização e morte precoce, e identifica o perfil de necessidades de cada utente, permitindo o desenho de um plano de atividades e intervenções, esclareceu.
“O Observatório da Pessoa Idosa surge da necessidade de se dar resposta ao desafio do envelhecimento populacional, realçado pela atual pandemia, e melhorar a prestação de cuidados à população adulta mais velha residente em Estruturas Residenciais Para Idosos (ERPI)”, afirmou.
Com uma população cada vez mais envelhecida, a sensibilização da comunidade para a importância de prevenir e retardar o estado de fragilidade é fundamental, sublinhou Duarte Barros.
A primeira fase deste projeto decorreu entre setembro e dezembro de 2021, onde foram avaliados 181 utentes de 15 ERPI da Área Metropolitana do Porto, e cujos resultados preliminares gerais refletiram uma população envelhecida com elevada prevalência de fragilidade (77,3%) associada, em média, a baixa capacidade funcional, explicou.
“Este valor é superior ao reportado noutros estudos e especula-se que se deva, em parte, ao isolamento dos utentes e à cessação de atividades estimulantes durante a pandemia“, considerou o investigador.
Posteriormente, em janeiro de 2022, arrancou a segunda parte do observatório com a implementação de sessões de exercício físico nas diversas instituições de cariz social de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.
Duarte Barros realçou que o Observatório da Pessoa Idosa terá a duração de dois anos, sendo uma das pretensões alargá-lo a mais instituições sociais e privadas de Gaia.
Em colaboração com a Escola Superior de Biotecnologia, nomeadamente o curso de Nutrição, será ainda delineado um plano de acompanhamento nutricional a todos os utentes que participam no programa.