Uma famosa pedra vulcânica — que diz a lenda contém forças malignas capazes de matar qualquer pessoa — foi encontrada partida em duas partes aproximadamente iguais.

O acontecimento, que se acredita ter ocorrido recentemente (não se conhece data exata), agitou os cibernautas japoneses que, de entre as várias superstições, garantem que a pedra expele continuamente gás tóxico. “Sinto que vi algo que não deveria ser visto”, escreveu uma utilizadora num post no Twitter, acompanhado com a imagem da divisão, somando até ao momento da publicação deste artigo quase de 190 mil gostos.

Enquanto alguns especulam que o espírito demoníaco de Tamamo-no-Mae ressuscitou após quase mil anos, os jornais japoneses tentam explicar  que o aparecimento de fissuras na pedra Sessho-seki faz parte do processo geológico, possibilitando a infiltração da água da chuva e o enfraquecimento da estrutura.

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Para Masaharu Sugawara, líder de um grupo de guias voluntários locais, é uma “vergonha” a rutura da pedra, pois tratava-se de um símbolo cultural, considerou ao Yomiuri Shimbun, citado pelo The Guardian. Admitiu, contudo, que a natureza está simplesmente a fazer o seu trabalho.

A Pedra da Morte possui o cadáver de Tamamo-no-Mae, uma bela mulher que pertenceu a um enredo secreto planeado por um lorde feudal da guerra para matar o imperador Toba, que reinou entre 1107 e 1123, de acordo com a mitologia. Na verdade, refere a lenda, a sua verdadeira identidade era a de uma malvada raposa de nove caudas.

Tamamo-no-Mae

Gravura japonesa de Tamamo-no-Mae

Embora se diga que a pedra foi destruída e o espírito alvo de exorcismo por um monge budista — que espalhou os seus restos pelo Japão — muitos preferem acreditar que a criatura habita as encostas do Monte Nasu, na província de Tochigi, perto de Tóquio, conhecida pelas fontes termais sulfurosas.

As autoridades governamentais vão reunir-se para discutir o destino da pedra, segundo o Shimotsuke Shimbun. O artigo cita um funcionário do sector turístico de Nasu, que gostaria de ver a Sessho-seki restaurada à forma original. Por sua vez, um funcionário ligado ao Ministério do Ambiente, adiantou:

Em princípio, deve ser preservado sem intervenção humana. Se não houver problemas de segurança, será deixado como está”.