O categórico triunfo de João Almeida na quarta etapa da Volta à Catalunha, que ligou La Seu d’Urgell a Boí Taüll numa distância de 166,7 quilómetros, não foi a primeira no World Tour depois do brilharete alcançado no ano passado na Volta à Polónia com duas vitórias em etapas e a camisola amarela da geral. No entanto, foi a primeira na nova equipa, a Team Emirates. E foi também a primeira do português numa etapa a acabar a mais de 2.000 metros de altitude. Mais do que isso, foi a melhor. Pela forma e pelos adversários.

O Bota Lume está aí: João Almeida tem a melhor exibição do ano, ganha etapa e fica com o mesmo tempo do líder Quintana na Volta à Catalunha

Numa corrida onde a própria equipa tinha deixado a porta aberta a todos os corredores, de Almeida a Juan Ayuso passando por George Bennett e pelo próprio Marc Soler (o último “desapareceu” da geral depois de participar numa fuga muito cedo na etapa), o português de A-dos-Francos teve uma exibição de sonho e a vários níveis sobretudo nos últimos três quilómetros e meio: depois do contra-ataque de Carapaz e Higuita ao primeiro ataque na subida, foi ele que conseguiu de novo neutralizar a tentativa; a seguir, partiu o grupo final apenas a três com um ritmo fortíssimo; por fim, e já depois de ter olhado para trás para perceber com quem podia contar a 800 metros do final, conseguiu ainda atacar para bater Quintana e Higuita na etapa.

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Com tudo isso na etapa rainha da Volta à Catalunha, o corredor da Team Emirates subiu ao segundo da geral com o mesmo tempo do líder Nairo Quintana pelo terceiro fator de desempate por estarem igualados não só no tempo como nos pontos, as classificações nas etapas anteriores. E é por isso que, seja na quinta tirada desta sexta-feira ou nas duas últimas no fim de semana até Barcelona, continua tudo em aberto sobre a possibilidade de João Almeida juntar à camisola branca da juventude e à liderança da prova por equipas a camisola amarela da liderança geral, estando também apenas a um ponto da camisola da montanha.

“Estou muito feliz. Vínhamos a trabalhar duro há tanto tempo… Não tenho tido muita sorte esta época, hoje tive um azar, um problema mecânico no início, por momentos estive de fora, mas estou super feliz por conseguir vencer. Antes da última subida, pedalei ao meu ritmo e, no fim, sprintei para a vitória. Temos uma grande equipa, há ótimos corredores, muitos podem vencer. Houve essa possibilidade, jogámos as cartas e, no fim, vencemos”, começou por dizer o português após a vitória desta quinta-feira.

“Podemos lutar pela vitória na Volta à Catalunha mas há etapas duras pela frente, especialmente a última. Até agora, estamos felizes e pensaremos nisso no futuro”, acrescentou Almeida ao Eurosport.