Depois de, no início da aventura eléctrica, o Grupo Volkswagen ter anunciado que não pretendia investir na concepção e produção de células para formar as baterias dos seus veículos eléctricos, alegando que era uma tecnologia demasiado específica e em constante evolução, os alemães voltaram atrás e decidiram que tinham de controlar a produção e a qualidade dos acumuladores, uma componente fundamental dos veículos eléctricos. Daí que a Volkswagen AG, o grupo que inclui 12 marcas, entre as quais a Seat e a Cupra, já tenha anunciado a construção de três fábricas de células em solo europeu, a última das quais em Espanha.

Projectada para produzir acumuladores com uma capacidade total de 40 GWh por ano, a nova linha de produção será localizada em Sagunto, ligeiramente a norte de Valência. Curiosamente, esta deslocação da fábrica de baterias para sul, afasta-a da já existente instalação fabril da Seat em Barcelona, bem como da que a Volkswagen possui em Pamplona, no que parece ser uma opção de não investir na Catalunha. Na região espanhola, onde se encontra a sede da Seat, ainda pairam desejos independentistas que poderiam complicar a viabilidade a longo prazo do investimento.

Com a linha de produção de acumuladores em Sagunto, a Volkswagen AG passará assim a possuir três fábricas, das seis que pretende ter em funcionamento em solo europeu até 2030. À fábrica sueca da Northvolt – empresa onde a alemães detêm 20% do capital –, em Skelleftea, que já está em produção, juntar-se-ão outras duas exclusivamente do grupo, em Salzgitter (Alemanha) e esta agora nos arredores de Valência. Quando as seis fábricas de baterias estiverem em funcionamento, deverão produzir 240 GWh/ano, o suficiente para 4 milhões de veículos.

Com a expectativa de começar a laborar em 2026, para depois atingir uma capacidade esperada de 40 GWh/ano em 2030, a fábrica de Sagunto deverá fornecer baterias aos eléctricos e híbridos plug-in que venham a ser fabricados pela Seat/Cupra em Barcelona e pela VW, em Pamplona. De Valência poderão ainda sair acumuladores para os eléctricos e PHEV que venham a ser produzidos em Portugal, pela Autoeuropa, caso a fábrica de Setúbal evolua no sentido de conseguir acolher veículos com esta tecnologia, o que vai obrigar a investimentos consideráveis.

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