O BE propôs quarta-feira limitar as margens da grande distribuição alimentar e de combustíveis, congelar as rendas e atualizar salários e pensões à taxa de inflação como medidas de emergência para responder ao aumento do custo de vida.

Em conferência de imprensa na sede do BE, em Lisboa, a coordenadora bloquista, Catarina Martins, apresentou cinco medidas urgentes que, na perspetiva do partido, são essenciais para responder à escalada do custo de vida, deixando críticas ao executivo socialista por não apresentar soluções para este problema.

O Governo erra no Programa de Estabilidade que apresentou ao não prever qualquer atualização de salários ou pensões que acompanhe o ciclo inflacionista que estamos a viver e erra também ao apresentar um programa — que vamos discutir esta semana — e que nada diz sobre a instabilidade que estamos a viver na Europa e o brutal aumento do custo de vida com quem trabalha se está a deparar”, criticou.

Entre as cinco medidas propostas pelo BE está o “controlo de preços, nomeadamente com a limitação das margens da grande distribuição alimentar e de combustíveis”, a “tributação dos lucros extraordinários do setor energético” e o congelamento das rendas.

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Os bloquistas querem ainda que o salário mínimo nacional aumente para os 800 euros ainda durante 2022 e que haja uma atualização geral dos salários e pensões à taxa de inflação.

Catarina Martins garantiu que o BE se vai bater por estas medidas tanto no programa do Governo, como no debate do Programa de Estabilidade e do Orçamento do Estado.

“Uma economia em que os lucros sobem, mas os salários encolhem, em que o salário médio está colado ao salário mínimo e em que quem trabalha empobrece todos os dias, isso sim é o perigo que temos de evitar e é para isso que apresentamos estas medidas de emergência sobre o aumento de custo de vida”, justificou.

De acordo com a líder bloquista, “a combinação de medidas de controlo de preços e atualização de salários é o que permite proteger a economia portuguesa”.