A joint-venture da Mercedes com os chineses da Geely, chamada Smart Automobile, vai colocar na rua uma nova geração de eléctricos, essencialmente com os alemães a concentrarem-se no design e os asiáticos a focarem-se na tecnologia e a assegurarem a produção. O primeiro produto dessa nova Smart é o #1, que acaba de ser apresentado em Berlim, na Alemanha.

Praticamente sem desvios face ao concept que o antecipou, o novo modelo extrapola as medidas contidas do ForTwo e do ForFour, mas é claramente uma proposta com vocação urbana, que potencialmente cativará os mais jovens, os apreciadores de SUV, os entusiastas de eléctricos e, claro, os fãs da marca, que verão com agrado o facto de a Smart “cortar” com as autonomias acanhadas do passado e passar a propor um alcance (bastante) mais desafogado. Em concreto, estima-se que uma carga completa permita percorrer entre 420 e 440 km, de acordo com o padrão de medição europeu WLTP. A autonomia ainda está em processo de homologação mas, a confirmarem-se estes valores, convém ter presente que praticamente representam o triplo do alcance dos Smart EQ. A explicação para este “milagre”, para mais tratando-se de um veículo maior e mais pesado (1820 kg em vazio), passa sobretudo pela plataforma Sustainable Electric Architecture (SEA), base especificamente projectada pela Geely para veículos eléctricos e que, ao que tudo indica, deverá também vir a servir a Volvo.

Com 4,270 metros de comprimento, 1,822 m de largura, 1,636 m de altura e uma distância entre eixos de 2,750 m, o Smart #1 vai disputar terreno com modelos como o Peugeot e-2008, o Renault Mégane E-Tech, o Opel Mokka-e ou o DS 3 Crossback E-Tense. Monta um motor eléctrico no eixo traseiro com 200 kW (272 cv), debitando um binário máximo de 343 Nm. A velocidade máxima está limitada a 180 km/h, sendo que a barreira dos 100 km/h é ultrapassada em 6,5 segundos com arranque parado.

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A alimentar o motor eléctrico encontra-se uma bateria NCM, sem que a marca tenha indicado qual a percentagem de cada elemento químico (Níquel-Manganésio-Cobalto). Sabe-se, isso sim, é que o acumulador possui 66 kWh de capacidade e lida com potências de até 150 kW em corrente contínua, o que lhe permite ir de 10 a 80% da carga em “menos de 30 minutos”.  Quando a reabastecer em corrente alternada, a um máximo de 22 kW, a mesma operação (10-80%) tarda três horas.

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Quanto ao interior, oferece lugar para cinco e coloca à sua disposição duas bagageiras. A da frente, a chamada frunk, possui 15 litros de capacidade, sendo complementada pela mala atrás, com 273 litros de capacidade que podem crescer até aos 411 litros mediante o rebatimento dos bancos.

A Smart persegue uma imagem de inovação e de avanço tecnológico, daí que o #1 apresente um head up display de 10 polegadas, para que não seja necessário tirar os olhos da estrada. Quem segue ao volante conta ainda com um ecrã de 9,2 polegadas ao serviço da instrumentação, ao passo que ao centro se encontra um ecrã táctil de alta definição (1920 x 1080 pixéis) com 12,8 polegadas. Porta de entrada para explorar o sistema de infoentretenimento, permanentemente ligado à Internet, é através deste último ecrã que os ocupantes do novo SUV eléctrico compacto controlam a maior parte das funções do veículo, da climatização à navegação, passando pela iluminação e o som a bordo, ou a parametrização de perfis e preferências dos utilizadores. De realçar que, de acordo com a marca, “mais de 75% de todas as ECU (Eletronic Control Unit)” do modelo podem ser actualizadas remotamente over-the-air.