Os trabalhadores da Docapesca iniciaram esta quarta-feira uma greve de três dias, a nível nacional, em defesa de aumentos salariais e da revisão do Acordo de Empresa, que poderá levar ao encerramento das lotas.
Paulo Lopes, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca (Simamevip) disse à agência Lusa que, após duas tentativas, na semana passada, para desbloquear o conflito, os trabalhadores da Docapesca mantiveram a greve para esta terça-feira, quinta-feira e sábado, porque a empresa não apresentou nenhuma proposta de valorização salarial.
O sindicato teve uma reunião com a Docapesca, mas a empresa alegou não ter “autorização do Governo para aumentar salários”, propondo apenas um aumento de 0,50 euros no subsídio de alimentação e de 3% nas diuturnidades, o que foi considerado como “uma clara afronta aos trabalhadores“.
A pedido do Simamevip realizou-se na sexta-feira uma reunião de conciliação no Ministério do Trabalho, que “também não deu qualquer resultado”.
Na terça-feira realizou-se uma reunião entre os vários sindicatos representativos dos trabalhadores da Docapesca e a ministra da Agricultura e Pescas, mas o impasse manteve-se relativamente aos aumentos salariais para este ano.
“Isto ocorre numa empresa em que 60% dos trabalhadores operacionais recebem o salário mínimo nacional”, disse Paulo Lopes.
De acordo com o sindicalista, a adesão à greve deverá ser total, o que levará ao encerramento das lotas nacionais.
Os trabalhadores da Docapesca fizeram um dia de greve no início de setembro de 2021 pelos mesmos motivos.
Na altura, o Simamevip, da CGTP, afirmou que o conflito laboral tinha a ver com o facto de o Ministério das Finanças não ter permitido a melhoria das remunerações dos trabalhadores da Docapesca, previamente acordada com a empresa.
A Docapesca integra o Setor Empresarial do Estado, por isso a alteração das remunerações tem se ser aprovada pela tutela e pelas Finanças.