A Moody’s acredita que o impacto da guerra na Ucrânia irá, inevitavelmente, penalizar os bancos portugueses mas a agência de rating antecipa um aumento apenas “moderado” do crédito malparado. As previsões apontam que Portugal tenha um crescimento económico “mais robusto do que na maior parte dos grandes países europeus“, o que suporta a perspetiva “estável” para o setor.

“A perspetiva para o sistema bancário de Portugal continua estável”, diz a Moody’s em nota divulgada esta quarta-feira. “O setor vai enfrentar condições operacionais mais fracas, fruto do conflito militar na Ucrânia, à semelhança da banca da maioria dos países europeus”, mas a agência de rating destaca que “o crescimento económico em Portugal será mais robusto do que na maior parte dos países”. A previsão da Moody’s é de um crescimento económico de 4,5% em 2022 (e 2,0% em 2023).

A confirmar-se esse ritmo de crescimento, “isso irá ajudar na situação financeira dos clientes do setor privado [empresas e famílias], que estão sob pressão devido ao aumento da inflação e a retirada dos estímulos pandémicos”.

Assim, espera-se uma “aumento moderado dos créditos problemáticos”, porém a Moody’s salienta que a banca realizou provisões “consideráveis” em 2020 e 2021 que devem permitir, agora, absorver quaisquer perdas em crédito e manter os rácios de capital “firmes, embora continuem a ser mais baixos do que os pares europeus”.

A Moody’s salienta, ainda, que a banca nacional tem uma “base de depósitos resiliente e em crescimento”, bem como um “conjunto significativo de ativos com grande liquidez que irá ajudar os perfis de liquidez e financiamento dos bancos portugueses”.

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